A Embraer quer fortalecer as parcerias com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que vão resultar em pesquisa e desenvolvimento para a indústria nacional.
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Guila Calheiros, recebeu representantes da empresa, na última quinta-feira (21), para discutir os principais projetos em andamento e novos instrumentos de fomento e subvenção.
“A Embraer é líder no setor aeroespacial, um dos poucos setores em que o Brasil é competitivo internacionalmente, e fomenta toda uma cadeia produtiva de outras empresas e indústrias que é fundamental para a economia nacional”, afirmou o secretário Guila Calheiros. Segundo ele, a empresa fortalece o desenvolvimento de pesquisa e inovação em parceria com as ICTS e esse conhecimento nacional transborda para diversas outras áreas, como materiais avançados, nanotecnologia e fotônica.
Atualmente, o MCTI apoia projetos desenvolvidos pela Embraer por meio da Finep, Embrapii e instrumentos de incentivo como a Lei do Bem. O secretário Guila Calheiros destacou que uma das principais novidades no fomento à inovação são os financiamentos oferecidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com taxa nominal em torno de 4% ao ano.
O benefício é oferecido por meio do programa Mais Inovação Brasil, uma parceria entre MCTI, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), BNDES e Finep que vai investir R$ 41 bilhões em projetos de inovação.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer, Maurílio Albanese, disse que o objetivo da visita foi reforçar a relevância da participação do MCTI no incentivo à inovação junto às empresas e à academia para que as tecnologias amadureçam e sejam aplicadas em produtos e serviços para a sociedade.
“É relevante essa tripla hélice que reúne governo, por meio da subvenção e fomento, em parceria com academia e indústrias”.
O diretor da Embraer reforçou a preocupação de que a inovação no setor de aviação também seja amigável ao meio ambiente, com novas fontes de energia renovável, como hidrogênio, propulsão elétrica e combustível sustentável.
“É importantíssimo que estejamos sempre na vanguarda tecnológica. Hoje, 50% da receita da Embraer se deve aos produtos desenvolvidos nos últimos cinco anos. Por isso, é relevante, junto com governo e academia, propormos editais e projetos para garantir a competitividade de produtos e serviços na aviação”.
A reunião contou também com a participação do coordenador-geral de Tecnologias Estratégicas da Setec, Jean Robert Ferreira, e da gerente de Relações Institucionais da Embraer, Juliana Villano.
APORTE FINANCEIRO
Em maio, a Finep destinou R$ 360 milhões para apoio ao desenvolvimento de quatro projetos estruturantes de indústrias dos setores aeronáutico e espacial do Brasil. Os recursos são de subvenção econômica à inovação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e, portanto, não reembolsáveis.
Um dos contratos, de aproximadamente R$ 220 milhões, a ser assinado com a Visiona Tecnologia Espacial S.A, já figura como o maior valor em subvenção econômica concedido pela Finep em toda a sua história. O segundo maior, de R$ 120 milhões, teve como beneficiária a empresa Embraer, que também destinará ao projeto um adicional de R$ 60 milhões em recursos próprios. As outras beneficiadas são a Akaer e a ACS.
A cerimônia de assinatura dos contratos aconteceu na comemoração aos 30 anos da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), ocorrido em São José dos Campos (SP).
Selecionados em dois editais da Finep, os quatro projetos liderados pelas empresas Embraer, Visiona, Akaer e ACS, que juntas irão investir mais R$75 milhões nas pesquisas, a título de contrapartida financeira, são considerados estratégicos e deverão elevar a autonomia tecnológica nacional nos setores aeronáutico e espacial.