A seca do Rio Negro fez a capital amazonense Manaus decretar oficialmente situação de emergência devido à forte estiagem do Rio Negro. Com os lagos, vazantes e igarapés, que cortam a cidade, secas, a cidade decretou emergência nesta quinta-feira (28). Segundo a prefeitura, a estiagem afeta comunidades ribeirinhas, que sofrem com falta de alimentos e de água potável.
Após 13 dias seguidos retrocedendo mais que 30cm diários, conforme dados do Porto de Manaus, o Rio Negro atingiu, na manhã desta quinta-feira cerca de 16,11 metros, ficando apenas 2,48 metros acima da maior seca já registrada, em outubro de 2010. A vazante vem causando diversos prejuízos às zonas ribeirinha e rural da cidade.
O prefeito de Manaus, David Almeida, afirmou que o decreto contribui para minimizar os danos. “Nós já temos ações programadas. Por exemplo, amanhã, nós já vamos entregar 60 botes com motores para as comunidades que estão afetadas”, disse.
A prefeitura também pretende abrir 30 poços artesianos. “Essa estrutura ficará permanente nessas comunidades, independentemente da estiagem que nós temos aqui na nossa cidade”, afirmou o prefeito.
De acordo com a prefeitura, as comunidades também vão receber cestas básicas. O decreto de emergência será publicado na noite desta quinta-feira, no Diário Oficial do Município (DOM), e terá a validade de 90 dias.
SECA
Considerada severa, a seca deste ano atinge a maior parte do Amazonas. Manaus se junta às cidades em emergência. Agora, são 17 municípios nessa situação. Das 62 cidades que compõem o estado, apenas duas não estão entre as afetadas pela estiagem.
A água que passava no Lago do Aleixo deu lugar à lama que cada dia fica mais seca e causa rachaduras no solo. A situação já afeta a economia de quem mora e tirava dos flutuantes o “ganha-pão” da família .
A capital é banhada pelo Rio Negro, que está abaixo dos 17 metros, na área portuária. Do outro lado da cidade, a Zona Leste, também enfrenta os efeitos da seca.
“Nunca tinha visto. Essa é a primeira vez. Afeta 100% a nossa venda. Esta semana eu só vendi uma água. É daqui que eu tiro parte da minha renda. Como está assim, estou vivendo com a aposentadoria que eu recebo, e pedindo que Deus nos proteja, para que a seca acabe logo”, disse um comerciante da região.