O setor turístico demitiu 16.497 trabalhadores em todo o país nos meses de maio e junho de 2018. O estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, apontou que só no mês de junho foram 7.743 vagas fechadas.
A pesquisa Empregabilidade no Turismo mostrou que as regiões mais afetadas pelo fechamento de vagas foram o sudeste e a região sul, com o fechamento de 3.853 e 2.049 respectivamente, no mês de junho. O estado do Rio de Janeiro tem o pior resultado do país, onde só no mês de junho teve um saldo 2.244 demissões.
Em seguida temos a região nordeste com -943, centro-oeste, -594 e norte com -304 demissões no setor.
Dentre as áreas afetadas, a que mais sofre com as demissões é a de hospedagem e alimentação, com aproximadamente 80% das demissões (-6.269 vagas). “No âmbito doméstico a gente verifica que a queda em hotéis e restaurantes mostra os ajustes que as famílias tem feito, dado ao desemprego muito alto e o aumento dos preços em geral.”, explica o economista da CNC Antônio Everton Júnior.
“Os serviços ligados ao turismo continuaram amargando prejuízos, uma vez que se manteve a tendência do desemprego do mês anterior. Em maio, o número de desempregados foi um pouco maior, atingindo 8.754 trabalhadores. Nesses dois meses, o desemprego acumulou 16,5 mil pessoas, reflexo do tamanho do ajuste de diminuição de custos que as empresas realizaram em decorrência do tamanho das perdas nos negócios do setor no período”, diz a CNC.
O presidente do conselho empresarial de turismo e hospitalidade da CNC, Alexandre Sampaio, diz que, “o fato é que o turismo de lazer, impactado muito pelo Rio de Janeiro, perdeu significativo número de empregos. E não há contratação, inclusive. Há uma continuidade de dispensa funcional no Rio e em outras cidades de lazer, Brasil afora.”.
A pesquisa indica que no primeiro semestre, o setor teve um prejuízo de 11.689 postos de trabalho e a entidade não vê perspectivas de melhora para o próximo semestre.
“No segundo semestre, em função da eleição e da falta de perspectiva de investimento, os empresários estão retraídos, esperando os resultados das eleições. Não deve haver novas contratações. As demissões devem continuar.”, completa Alexandre.