Ex-presidente usou o Facebook para compartilhar publicação com ataques ao STF e ao TSE e propagar notícias falsas sobre as eleições de 2022. Gravação foi retirada do ar 3 horas depois
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou, na terça-feira (5), que a Meta, dona do Facebook, apresente o vídeo postado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dia 10 de janeiro, em até 48 horas.
Em caso de descumprimento, a administradora do Facebook vai receber multa diária de R$ 100 mil.
A postagem foi feita 2 dias depois de os ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília.
Na época, Bolsonaro usou a conta no Facebook para compartilhar vídeo com ataques ao STF e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ex-presidente também propagou notícias falsas sobre supostas fraudes nas eleições de 2022. A gravação foi retirada do ar 3 horas depois.
INQUÉRITO
Bolsonaro foi incluído no inquérito sobre a autoria dos ataques golpistas por conta da postagem do vídeo.
O pedido para inclusão do nome do ex-presidente foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que entendeu que ele é suspeito de incitação ao crime por ter feito a publicação 2 dias depois dos ataques.
Na ocasião, Moraes determinou que a Meta preservasse o vídeo excluído por Bolsonaro para que pudesse analisar o alcance da postagem.
IMPACTO DA PUBLICAÇÃO
O magistrado também autorizou a oitiva de especialistas em movimentos extremistas para calcular o impacto da publicação.
Em depoimento à PF (Polícia Federal), em abril, Bolsonaro alegou que estava sob efeito de remédios no dia em que compartilhou o vídeo. O ex-presidente alegou ainda que a intenção era enviar o conteúdo para o próprio WhatsApp.
DECISÃO
Na decisão de terça-feira, Moraes destacou que o pedido para anexar o vídeo ao processo já havia sido autorizado duas vezes — em 13 de janeiro e em 7 de agosto.
Na última segunda-feira (4), a PGR (Procuradoria-Geral da República) reiterou o pedido à Meta.
ninguém mais acredita nos prazos dados pelo STF e suas decisões, que acabam caindo no esquecimento provocando o descrédito da instituição.