Os servidores públicos federais fizeram um dia mobilização nesta terça-feira (12) para exigir do governo federal avanços na pauta de reivindicações dos servidores e que apresente uma proposta efetiva de reajuste para 2024.
Uma das atividades do Dia de Mobilização foi uma live promovida pelo Fórum Nacional de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), transmitida ao vivo das 14h às 16h pelos canais das entidades.
Durante o evento, o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, salientou a importância do encontro, promovido “pelos dois grandes Fóruns dos servidores, que representam cerca de um milhão e duzentos funcionários públicos, entre os da ativa, aposentados e pensionistas”
“As perdas salariais dos servidores já levaram 1/3 do ganho real da categoria”, afirmou. “O que estamos denunciando aqui hoje é a falta de respeito. A gente sabe que é um governo que prima pelo diálogo. O nível de interlocução está muito boa, temos reunião toda hora, podemos falar, somos ouvidos, mas é um diálogo pouco efetivo.”
“A regulamentação da Convenção 151 da OIT (que trata de negociação coletiva no serviço público), por exemplo. Estamos há vinte anos dialogando, mas até agora, quinto governo do PT, a convenção não foi totalmente implementada, tanto é que estamos aqui agora. Com prazos para apresentação de propostas, não estaríamos aqui para denunciar uma política salarial do governo que não existe. Não existe uma política salarial do governo federal para o funcionalismo. Isso tem que ser corrigido”, acrescentou.
“Não adianta depois o governo ir para o Judiciário tentar impedir as greves porque as greves vão se multiplicando e o que o governo consegue criar é mais animosidade, mais indignação. E isso depois tem um reflexo nas urnas. Depois, o governo não sabe por que a extrema direita vai cooptando uma boa parte do funcionalismo. Chega um momento que cansa esse tratamento desrespeitoso e vai para o tudo ou nada, e muitas vezes é nada, devido a uma incompetência de concretizar uma política salarial”, disse Rudinei, destacando: “Apostamos todas as fichas no diálogo, mas tem uma hora que chega ao limite. Temos que ocupar às ruas”.
Na avaliação de Rudinei, ainda não há uma expectativa de proposta concreta para a próxima e última reunião do ano da Mesa Nacional de Negociação Permanente, marcada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para o próximo dia 18. “Várias categorias estão mobilizadas hoje. Queremos indicativos claros por parte do governo em relação ao reajuste salarial”, disse, completando que “o recado está dado”.
O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Mardônio Sarmento, que estava representando o presidente da entidade, Fábio Faiad, disse que “há seis anos os servidores têm tido perda real nos salários”.
Segundo ele, “a questão não é ausência de verba, mas falta de determinação e de prioridade do governo” em não valorizar o servidor público. “Nosso patrão é o povo, nosso cliente também é o povo”.
O Sindifisco Nacional, representante dos auditores-fiscais da Receita Federal que estão em greve há mais de duas semanas, participou da mobilização: “Estamos em greve, e esse esforço poderá fortalecer o conjunto dos servidores públicos federais”, disse o diretor de Assuntos Parlamentares, Auditor-Fiscal Floriano de Sá Neto.
Veja, a seguir, a reunião dos servidores na íntegra: