Veja só, caro leitor, essa gente prega da boca pra fora a fusão de sindicatos. Na prática, quando perdem eleição, são os primeiros a promover a divisão
Em assembleia no último sábado (17), os trabalhadores metalúrgicos do sul fluminense votaram em repúdio a um movimento divisionista em andamento no histórico sindicato, que ficou famoso pelo assassinato de três operários por soldados do Exército que invadiram a siderúrgica CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com tanques e metralhadoras, em 1988.
A assembleia foi convocada após o grupo divisionista, que ocupava a direção do sindicato há mais de 20 anos, ter tentado dar um golpe nas eleições em que foram derrotados. O golpe consistia em forjar uma assembleia a favor do desmembramento da base de Resende.
Conforme o presidente do sindicato, Edimar Miguel, ouvido pelo HP, esse grupo dissidente formado por integrantes da CUT, é liderado por Mirim, que já foi presidente do sindicato, e é atual dirigente da CUT. “Depois da nossa vitória, esse grupo tentou forjar uma assembleia e tirar da base o município de Resende. Eles ainda impediram os trabalhadores de entrar na assembleia, até a mim, presidente eleito que foi, inclusive, constatado por oficial de Justiça”, denunciou Edimar.
“Parte das pessoas envolvidas na insistência em criar o sindicato paralelo em Resende já participou de gestões anteriores no sindicato e agora, que não pertence mais à diretoria, querem o esfacelamento da nossa categoria”, avaliou o líder sindical.
Segundo Edimar, a assembleia de sábado, rechaçando a manobra, foi a resposta da categoria que reafirmou por unanimidade a legitimidade do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense como instrumento de representação e luta dos trabalhadores.
“Os trabalhadores reconheceram a vitória importante que tivemos na campanha salarial”, disse Edimar, informando que na CSN, que é a principal base do sindicato, “a categoria dobrou o vale-refeição, de R$ 450 para R$ 900, e conseguiu aumento salarial acima do INPC”.
Representando a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o secretário-geral da entidade, Ronaldo Leite, afirmou: “Compreendemos que é um sindicato que tem história, e que lamentavelmente está sendo alvo da ação dessa gente inconsequente que promove divisão da base após perder as eleições. A assembleia de hoje demonstrou que os trabalhadores não aceitam divisão. Queremos manter um sindicato forte e a luta em defesa dos trabalhadores”, destacou. “Nas eleições eles obtiveram somente 32 votos nas empresas aqui da região, afirmou o presidente da CTB-RJ, Paulo Sérgio.
CARLOS PEREIRA