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Carro foi atingido por 42 tiros. 25 disparos atingiram o teto, que não é blindado. Há ainda outras contas a pagar pela irresponsabilidade e loucura do bolsonarista
A PF (Polícia Federal) mandou para o ex-deputado Roberto Jefferson a conta pelos estragos causados na viatura fuzilada em outubro de 2022, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio.
Roberto Jefferson, adorador de Bolsonaro, foi intimado pela PF a pagar R$ 39.581,32 pelo estrago causado. Na semana passada, a defesa dele apresentou à Justiça Federal o comprovante de pagamento.
O laudo da perícia apontou que 42 tiros atingiram o carro da PF: 25 no teto — que não é blindado —, 14 no para-brisa, 2 na lateral esquerda e 1 no capô. Entre os itens trocados na oficina, estão giroflex, forro do teto e para-brisa.
A viatura também precisou de reparos no sistema de ar-condicionado e no motor, além de pintura e lanternagem. O prejuízo foi detalhado em sindicância aberta pela PF.
A CONTA CHEGOU
O relatório final da sindicância da PF aponta a “insanidade da conduta do ex-deputado, que consciente e voluntariamente, após descobrir a finalidade da presença da equipe policial, passou a atacar os agentes da lei com granadas e disparos de arma de fogo de grosso calibre, assumindo o risco de causar o resultado morte daqueles policiais e gerando danos ao patrimônio público empregado na ação”.
No mês passado, o TRF (Tribunal Regional Federal) negou recurso da defesa do ex-deputado e manteve a decisão de levá-lo a júri popular. E o problema não para por aí.
R$ 1 MILHÃO DE INDENIZAÇÃO
A policial federal atingida pelos disparos do ex-deputado, em 23 de outubro de 2022, solicitou R$ 1 milhão de indenização por danos morais, físicos, estéticos, psicológicos à honra e à reputação em processo cível. A informação foi confirmada pelo TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).
“A gente tem dois processos para acompanhar: o processo criminal, que vai a júri, e o processo cível, em que pedimos a indenização e agora está nos trâmites da Justiça para tentar uma solução o mais rápido possível”, informou a advogada Estela Nunes, que cuida do caso da agente federal Karina Lino de Miranda.
Segundo a defesa da policial federal, a profissional teria sido atingida por disparos de fuzil, propositalmente, e não por estilhaços e fragmentos de granada.
“É importante sinalizar essa diferença. O que, de fato, aconteceu é que ela foi atingida por tiros de fuzil. Na região do rosto, o tiro pegou de raspão, mas foi mirado nela. Na região do quadril, a situação só não foi pior — e Karina me disse que os médicos comentaram que ela poderia ter morrido ou ter perdido as pernas —, porque o tiro da região do quadril não a atingiu diretamente e pegou na arma e no coldre da arma, que foi danificado”, explicou a advogada de Karina.
DANOS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS
Para a advogada, o processo de recuperação de Karina tem se mostrado complexo e difícil, já que os danos são físicos, estéticos e emocionais.
“Eu digo sempre que a Karina é muito forte apesar de tudo. Ela, naturalmente, está se recuperando. Ela ainda está passando por médicos para ver a questão física e estética dos danos, já que ficaram cicatrizes”, contou Estela.
De acordo com a defesa, a agente passou por 2 cirurgias: uma no dia do ataque para retirada do projétil e outra após a retirada dos pontos, já que a região inflamou e apresentou quadro de piora.
“No rosto, ela levou pontos no local, mas é provável que tenha que se submeter a cirurgias plásticas. No quadril, a região ficou afundada. Então, vai ser preciso fazer um enxerto para ficar com a aparência normal. Psicologicamente, ela ainda tenta se recuperar de tudo”, relatou na época.
Estela ainda ressaltou que Karina segue em acompanhamento psicológico para se recuperar dos traumas causados pela situação. Segundo ela, a policial sofre com ansiedade a cada vez que o assunto retorna à mídia.