
Condenado e preso por roubo qualificado e apontado como integrante de um partido ligado à facção criminosa de São Paulo, PCC (Primeiro Comando da Capital), o ex-coach Pablo Marçal espalhou que havia sido vítima de um atentado há duas semanas na Zona Leste da capital.
A polícia paulista e os sites de checagem desmontaram a farsa. Ao que tudo indica, uma tentativa de desviar a atenção das graves denúncias contra ele.
“Não há nenhum indício de que Marçal tenha sido alvo de ataque em comício”, afirmou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
A encenação se deu quando uma candidata a vereadora do Psol, que estava em campanha no mesmo local do comício, tentou entregar ao candidato, um boneco do pinóquio, caracterizando as mentiras ditas por ele durante a campanha. Entre elas a ocultação de sua condenação e prisão por participar de uma quadrilha de roubos a bancos.
No Instagram, no mesmo dia do episódio, a candidata do Psol, Carol Iara, publicou vídeo e nota em que aparece sendo “perseguida por um segurança de Pablo Marçal”. Iara informou que passou o dia em campanha na Zona Leste e conta que Marçal apareceu e ela tentou entregar a ele um boneco de Pinóquio (feito de isopor).
Ela comentou também que foi perseguida e que saiu rapidamente do local, “porque a extrema direita é bastante truculenta, e bastante mentirosa”.
Na montagem da farsa, Marçal produziu e disseminou um áudio que teria sido vazado da Polícia Militar de São Paulo (PMSP). No áudio falso, dois homens discutem e caracterizam uma ocorrência como “tentativa de homicídio”. A polícia desmentiu o áudio.
No post falso, Pablo Marçal acopla ainda, uma foto da deputada estadual Luciana Genro (Psol-RS) e , em outro vídeo, ele inventa que um assessor do Psol tentou contra a sua vida.
A Secretaria de Segurança de São Paulo informou oficialmente que “o áudio em questão, é uma montagem”. E que o vídeo onde os falsificadores falam em “tiros disparados” também é falso. Os policiais divulgaram que o caso foi apenas de “pessoas que se aproximaram” do comício do ex-coach.
O relato da polícia comprova o que disse Carol Iara sobre a intenção de entregar do boneco pinóquio ao ex-coach. Quem partiu para a agressão foram os “bate-paus” do ex-coach, por isso a candidata do Psol teve que fugir do local.
Marçal criou uma versão onde ele confessa que não viu nada, mas depois aparece falando numa placa de um carro que seria de um assessor de “uma deputada do PSol”. Ele não detalhou quem seria e nem apresentou provas da acusação.
A deputada estadual gaúcha, Luciana Genro (PSol-RS), citada pelo candidato repudiou a farsa dizendo que nem em São Paulo estava na data em que o episódio teria acontecido.
A conclusão do site “Comprova”, que investiga fraudes na internet, é que Pablo Marçal (PRTB) mentiu mais uma vez quando disseminou fake news de que teria sido vítima de tentativa de homicídio.
O site “Comprova” já havia desmontado outra farsa de Marçal. A do homônimo de Boulos, usuário de drogas. O site mostrou como fazer uma busca processual adequada utilizando o Jusbrasil, a partir da armação de Marçal de que Guilherme Boulos seria usuário de drogas.
Além da Secretaria de Segurança Pública e a polícia, outras agências de checagem também analisaram a farsa de Marçal sobre o “atentado”. Todas elas confirmaram tratar-se de mentiras e falsificações.
A Boatos.org apontou que a narrativa do candidato do PRTB carece de provas. Além disso, a Agência Lupa revelou que é falso que a deputada estadual Luciana Genro tenha atentado contra a vida do político.