Lula se encontra com Elmar e Motta para discutir eleição da Presidência da Câmara

Os deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB), principais candidatos à Presidência da Câmara. Fotos: Vinicius Loures - Bruno Spada - Câmara dos Deputados

O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), afirmou que a pré-candidatura dele à sucessão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está mantida. A declaração foi dada após ele se reunir com o presidente Lula (PT).

O encontro ocorreu fora da agenda do presidente, no Palácio do Planalto, e também no mesmo dia em que Lira anunciou apoio ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Segundo interlocutores, o líder do União Brasil teria explicado a Lula a estratégia para os aliados conquistarem a Presidência da Câmara. O objetivo é formar um “blocão”, com União Brasil e PSD, que buscaria atrair outras bancadas numerosas, como o PP.

Elmar garantiu ao presidente Lula, no entanto, que não traria para esse bloco o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse blocão só decidiria o nome do candidato à Presidência da Câmara mais próximo ao pleito, podendo ser ele ou o líder do PSD, Antonio Brito (BA).

GOVERNABILIDADE

Elmar Nascimento ainda afirmou a Lula que tem condições e votos para fazer o nome desse blocão ser eleito. E afirmou que isso ajudaria a trazer governabilidade para o governo federal.

O líder do União Brasil afirmou, ainda, que Lira o procurou nesta quarta-feira (11), mas que estava sem tempo para conversar. “Não tenho inimigos, nem vou ter. Todas as vezes que ele me chamar para conversar vou conversar com ele”, disse o líder do União.

Nos bastidores, o líder do União Brasil tem reclamado do que viu como traição de Lira, com o apoio de quem ele contava.

ELMAR EVITA ATRITOS

Publicamente, Elmar nega o ruído e diz que só comentará a decisão do presidente da Câmara sobre a sucessão depois de ele anunciá-la publicamente. “Não vi o Arthur Lira falar, como vocês querem que eu [comente]. Só falo sobre ele quando ele falar em on”, afirmou Elmar, sobre Lira ter avisado deputados de que apoiará Motta.

Em reunião com deputados, o líder do União Brasil disse que a conversa com Lula foi boa e que o presidente afirmou que não vai interferir na eleição da Câmara.

O parlamentar baiano, inicialmente, esperava ser o candidato do atual presidente da Casa. Agora busca o apoio do governo para consolidar-se, assim como Antonio Brito (PSD-BA). Os partidos têm ministros de governo, assim como o Republicanos.

ALIADOS, EM TESE

O União Brasil está à frente do Turismo, com Celso Sabino (PA), e das Comunicações, com Juscelino Filho (MA). O PSD tem o deputado federal André de Paula (PE), na Pesca. E o Republicanos, o ministro Silvio Costa Filho (PE), em Portos e Aeroportos.

Elmar era o único candidato que ainda não havia sido recebido por Lula. Brito e Motta já haviam se reunido com o chefe do Executivo nas últimas semanas.

Na semana passada, o presidente se reuniu com Arthur Lira, pela terceira vez, no Planalto para discutir a sucessão da Câmara.

NOVO FAVORITO

A disputa sofreu reviravolta, nesta semana, após a ascensão do novo favorito na disputa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Graças à articulação que envolveu membros do governo, com participação direta do próprio presidente, o dirigente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), deixou a disputa para apoiar Motta, que é líder do partido.

ENCONTRO COM MOTTA

Na semana passada, Lula recebeu o deputado Hugo Motta, que entrou na disputa após a desistência de Marcos Pereira (SP), presidente do partido, que considerou que o parlamentar paraibano teria melhores condições de obter apoio entre os partidos e de neutralizar a candidatura de Elmar.

Após o encontro com Motta, o governo começou a atuar nos bastidores para fortalecer a candidatura do paraibano, embora Lula tenha afirmado publicamente que o Planalto não possui candidato preferencial.

A articulação política e o apoio de figuras-chave como Arthur Lira são fundamentais para a definição do nome que sucederá o atual chefe da Casa na presidência da Câmara.

A eleição para a Presidência da Casa será em fevereiro de 2025, quando começa a terceira sessão legislativa, que é composta de 4 sessões.

No Senado, não há disputas. O atual presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (União-AP), é o candidato de consenso da Casa.

LIRA E PACHECO NO MINISTÉRIO LULA

Atuais presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente, Arthur Lira, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estão na mira de Lula e podem se tornar ministros do governo, a partir do ano que vem. A informação é da jornalista Andreza Matais, colunista do UOL.

De acordo com o portal, o próprio Lula teria iniciado as conversas em torno da possível entrada de Lira e Pacheco no primeiro escalão da atual gestão.

A partir de fevereiro de 2025, os presidentes da Câmara e do Senado estarão fora dos cargos de comando das duas Casas – nenhum dos 2 pode se candidatar a novo mandato à frente das Mesas Diretoras legislativas.

Segundo a colunista, a primeira conversa teria ocorrido na semana passada, em reuniões individuais entre Lula e Lira e Lula e Pacheco.

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