“Significa um tremendo retrocesso”, afirma a presidente do PT sobre a proposta estudada pelo Ministério do Planejamento. Não foi “para isso que elegemos o presidente Lula”
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a proposta do Ministério do Planejamento, chefiado por Simone Tebet, de aumentar a idade mínima de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e reduzir os reajustes anuais. “Não foi para isso que elegemos o presidente Lula”, disse.
“O BPC é uma das mais importantes políticas sociais do país. Garante renda para milhões de idosos e pessoas com deficiência”, afirmou a dirigente petista.
Para ela, “a ideia de desvincular seu valor do mínimo e aumentar a idade mínima para 70, defendida na mídia por um secretário do Ministério do Planejamento, significa um tremendo retrocesso, uma verdadeira covardia”.
O secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, Sérgio Firpo, disse em entrevista ao jornal O Globo que o Ministério do Planejamento está discutindo propor aumentar a idade mínima para 70 anos.
Além disso, quer que a regra de reajuste anual do pagamento do BPC seja alterada para diminuir os valores nos próximos anos.
Hoje, o pagamento é de R$ 1.412, valor igual ao mínimo, e é reajustado conforme o salário mínimo.
O presidente Lula tem aplicado uma política de aumento do salário mínimo que repõe a inflação e soma o crescimento do PIB no ano anterior.
A proposta do Ministério do Planejamento é que o reajuste seja somente equivalente à inflação do ano anterior. “Ao longo do tempo, isso [a diferença] vai se abrindo”, admitiu Sérgio Firpo.
Ou seja, com o tempo os pagamentos do BPC vão perdendo importância.
Gleisi Hoffmann destacou que “não é esse o tipo de reforma que o Brasil precisa. Nem foi para isso que elegemos o presidente Lula”.
O BPC programa beneficia 6,1 milhões de pessoas, sendo 3,4 milhões de pessoas com deficiência e 2,7 milhões de idosos.