Os jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram, na última sexta-feira (27), entrar em greve por tempo indeterminado em defesa da isonomia salarial no novo Plano de Cargos e Remunerações (PCR). A categoria denuncia que o novo plano de cargos na empresa estabelece uma tabela salarial 12% inferior para os profissionais em relação a outros cargos.
“A proposta da diretoria da EBC é discriminatória contra a categoria e reduz em 12% os níveis da tabela salarial em relação às outras categorias de nível superior. Na prática, a empresa cria diferenças salariais que chegam a R$ 2.650,87”, afirma a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
A paralisação inicia nesta quinta-feira (3) em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A decisão dos trabalhadores ocorreu após mais uma reunião entre empresa e diretores dos sindicatos regionais, além da Fenaj, em que as entidades reforçaram que a proposta ataca a jornada da categoria e representa um rebaixamento dos níveis salariais.
Desde o início de setembro, a categoria paralisou as atividades por quatro dias. Uma conquista importante foi a garantia, pela diretoria, de não descontar os dias parados, o que foi oficializado em comunicado dirigido às trabalhadoras e trabalhadores.
“Mesmo assim, o diretor-presidente da EBC, Jeansley Lima, recusou o pedido para o envio de uma nova tabela salarial com isonomia, para avaliação da Sest [Secretaria de Controle de Empresas Estatais], junto à proposta de PCR já enviada. Vale lembrar que as tabelas salariais diferenciadas, inicialmente propostas pela EBC, também atacavam direitos dos técnicos, mas foram unificadas de forma isonômica após forte pressão das entidades”, diz a federação em nota.
De acordo com a Fenaj, a direção da empresa afirmou que somente pode discutir mudanças no PCR depois que a proposta voltar da Sest, mantendo a posição de “na volta a gente compra”. “As entidades entendem que tal justificativa não se sustenta, já que a própria direção da empresa já havia ajustado as tabelas do nível médio”.
“Esse compromisso de isonomia foi assumido pela direção. A mensagem divulgada pela empresa, considerada vaga, não firma compromisso claro com a isonomia que os jornalistas exigem para o PCR”, conclui a nota.