O presidente da Enel, Paolo Scaroni, já foi condenado e preso na Itália, onde fica a sede da empresa de energia, por pagar propina para conseguir contratos públicos.
Ele foi indicado para chefiar a empresa de controle público pelos governos de Silvio Berlusconi, em 2002, e Giorgia Meloni, em 2023.
A Enel tem recebido críticas por ter deixado São Paulo – pela segunda vez em um ano – sem energia entre sexta-feira (11) e quarta (16). O governo Lula tem pressionado para que o contrato seja rompido e criticado a omissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No começo da década de 1990, Scaroni foi investigado e condenado pela Operação Mãos Limpas, no âmbito da qual assinou uma delação admitindo ter pago propina para participar dos contratos públicos.
Na época, ele chefiava a Technit, uma empresa ítalo-argentina de siderurgia e usinas de energia. Em um depoimento, contou que pagou propina para participar da construção de uma usina térmica da Enel em Brindisi, no sul da Itália.
Por conta da delação, ele recebeu uma pena de 16 meses com liberdade condicional.
Em 2002, Silvio Berlusconi resolveu indicar o condenado por fraudes em contratos da Enel para chefiar a empresa, ocupando o cargo até 2005. Em 2023, o governo de extrema-direita de Giorgia Meloni voltou a indicá-lo para a Enel.
Depois de fortes chuvas, milhões de imóveis de São Paulo ficaram sem energia na sexta-feira (11). A Enel, sem trabalhadores para realizar o religamento, deixou que, ainda na quarta (16), mais de 100 mil imóveis continuassem sem energia.
A descaso da Enel foi criticada pelo governo federal, que pede à Aneel que apure o caso e abra um processo para o rompimento do contrato.