A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na terça-feira (2) indicadores do setor corroborando o resultado de queda no emprego e na renda, que já vêm sendo amplamente divulgados em várias pesquisas sobre o tema.
A novidade é a entidade empresarial, que até pouco tempo defendia que a “reforma” trabalhista iria recuperar o emprego e a renda, admitir que a queda desses indicadores nos últimos meses “prejudica a recuperação da economia”.
“A fragilidade do emprego e a queda do rendimento e da massa real de salários desestimulam o consumo. O baixo consumo limita a produção. Com isso, as horas trabalhadas caíram e a ociosidade continua elevada, o que dificulta a retomada da economia”, afirma o economista da CNI, Marcelo Azevedo.
Segundo os dados da CNI, o emprego na indústria teve retração de 0,1 em agosto frente a julho. Na série com ajuste sazonal, o emprego acumula queda de 0,5% desde maio.
Os indicadores industriais também mostram que o rendimento médio do trabalhador e a massa real de salários caíram em agosto mostrando a piora no mercado de trabalho.
Na pesquisa da entidade, apenas o faturamento mostra resultado consistente, com alta de 2,5% no mês e de 5,5% no ano. As horas trabalhadas aumentaram 1% em agosto, ante julho, e 0,8% em 2018. Segundo o economista, esse último índice “vem alterando variações positivas e negativas, sem apresentar tendência definida” desde o início do ano.