A Justiça do Trabalho em Santa Catarina determinou, na nesta quarta-feira (3), que o dono da Havan, Luciano Hang, deixe de coagir seus empregados a votarem no seu candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) e a qualquer outro candidato.
Para o juiz da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, Carlos Alberto Pereira de Castro “o tom da fala do réu [Luciano Hang] aponta no sentido de uma conduta flagrantemente amedrontadora de seus empregados, impositiva de suas ideias quanto a pessoa do candidato que eles deveriam apoiar e eleger”, anotou o magistrado na decisão.
O proprietário da rede de lojas Havan foi acusado pelo Ministério Público do Trabalho de constranger e intimidar seus funcionários em duas manifestações nomeadas pelo empresário de “atos cívicos”, nas lojas de Santa Catarina. A denúncia do MPT diz que a Havan produziu uma enquete para os funcionários, com o objetivo de saber a intenção de voto deles.
Ao divulgar vídeos e organizar eventos com funcionários em que declara seu voto no candidato do PSL, o empresário Luciano Hang disse que se a esquerda ganhar “…talvez a Havan não vai abrir mais lojas. E aí se eu não abrir mais lojas ou se nós voltarmos para trás? Você está preparado para sair da Havan? Você está preparado para ganhar a conta da Havan? Você que sonha em ser líder, gerente, e crescer com a Havan, você já imaginou que tudo isso pode acabar no dia 7 de outubro? E que a Havan pode um dia fechar as portas e demitir os 15 mil colaboradores”.., declarou Hang, em uma transmissão ao vivo para os funcionários nas redes sociais.
O juiz determinou ainda que Havan deverá divulgar em suas lojas a decisão de hoje, para mostrar aos funcionários que eles têm o direito de livre manifestação política. Até a próxima sexta-feira (5/10), a decisão também deverá ser publicada no Facebook e no Twitter oficial da empresa. O magistrado impõe uma multa de R$ 500 mil caso a Havan descumpra a decisão.