O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, foi homenageado em um jantar promovido pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) em Brasília.
A entidade tem 15 associadas, entre as quais a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), e atua na defesa dos interesses da banca financista.
O jantar foi realizado por conta do lançamento de um livro sobre os 15 anos de Toffoli no Supremo.
O evento ocorreu na quarta-feira (24) na casa do ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual presidente da CNF, Rodrigo Maia, no Lago Sul, região nobre de Brasília.
O ministro Dias Toffoli tem dado decisões favoráveis a condenados pela Lava Jato, como os empresários Marcelo Odebrecht, que era dono da empreiteira hoje chamada Novonor, e Léo Pinheiro, dono da OAS, anulando suas condenações.
Marcelo Odebrecht até fechou um acordo de delação premiada, no qual contou seus crimes e apresentou à Justiça provas que pudessem colaborar com a investigação. Toffoli decidiu anular as condenações e manter a colaboração.
O mesmo ocorreu com Léo Pinheiro, que mostrou detalhes de seus crimes em uma delação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da decisão.
O jantar promovido pela entidade de empresários contraria o Código de Ética da Magistratura, que indica que juízes e ministros devem “evitar comportamentos que impliquem a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social”.
O presidente da CNF, Rodrigo Maia, foi investigado pela Polícia Federal por ter sido citado na delação de um executivo da Odebrecht.
Segundo Cláudio Melo Filho, colaborador da Justiça, Maia era referido como “Botafogo” nos sistemas de propina da empresa e recebeu valores. A Polícia Federal chegou a acusá-lo de corrupção e lavagem de dinheiro.