Em nota de repúdio, a organização judaica B’nai B’rith (Filhos da Aliança) do Brasil, publicada no dia 11, denuncia os atos de agressão e crueldade que estão acontecendo em uma “inadmissível a onda de intolerância que o país vivencia nestes últimos dias”.
Lembrando o assassinato do capoeirista Moa do Katendê, com 12 facadas, no dia 7, destaca a B’nai Brith que “cada vez mais tem-se notícia de mortes e ataques covardes motivados, muitas vezes, por convicções políticas”.
O documento, assinado pelo presidente da entidade judaica, Abraham Goldstein, destaca em outro trecho que, “na segunda-feira, 8 de outubro, em Porto Alegre, uma jovem foi marcada, após uma troca de xingamentos, com uma suástica feita a canivete por três homens. O motivo alegado é que carregava uma mochila com um adesivo da bandeira LGBT em que estava escrito ‘Ele Não’. A jovem de 19 anos prestou depoimento na Policia Civil na tarde de quarta-feira (10/10), e optou por não dar prosseguimento ao caso, por estar com medo, de acordo com sua advogada”.
Lembra ainda a B’nai Brith que esta é uma “Nação composta por uma magistral complexidade social, étnica, religiosa e política”, cuja integridade deve ser preservada.
Essa é a íntegra do documento:
A B’nai B’rith repudia todo e qualquer ato de agressão e crueldade. É inadmissível a onda de intolerância que o país vivencia nestes últimos dias.
Cada vez mais tem-se notícia de mortes e ataques covardes motivados, muitas vezes, por convicções políticas. Nada confere a ninguém o direito de desrespeitar a vida e o ser humano.
Na noite de domingo (07/10), Moa do Katendê, mestre capoeirista, foi assassinado com 12 facadas durante uma discussão política, no Engenho Velho de Brotas, depois do 1º turno das Eleições 2018. Assassino, preso em flagrante, nega que o motivo tenha sido político.
Na segunda-feira, 8 de outubro, em Porto Alegre, uma jovem foi marcada, após uma troca de xingamentos, com uma suástica feita a canivete por três homens. O motivo alegado é que carregava uma mochila com um adesivo da bandeira LGBT em que estava escrito “Ele Não”. A jovem de 19 anos prestou depoimento na Policia Civil na tarde de quarta-feira (10/10), e optou por não dar prosseguimento ao caso, por estar com medo, de acordo com sua advogada.
Vale lembrar que em 19 de setembro foram condenados, em Porto Alegre, três jovens (neonazistas) porque, treze anos atrás, agrediram três jovens judeus, que usavam kipá (solidéu), costume tradicional judaico. Um deles teve o baço perfurado e passou por diversas cirurgias, correndo sério risco de vida. Outros participantes do crime ainda serão julgados.
A B’nai B’rith espera que qualquer que seja o resultado das urnas, as pessoas não se sintam no direito de agredir física ou verbalmente outrem. E que o merecedor da maioria dos votos, deixe claro que ele passa a ser o Presidente de uma NAÇÃO, composta por uma magistral complexidade social, étnica, religiosa e política.
Passados 73 anos do fim da Segunda Guerra Mundial não se pode deixar o discurso de ódio se sobrepor ao respeito ao ser humano.
Reiteramos a nossa plena confiança que a justiça será feita, na forma da lei, em todos os casos.
B’nai B’rith do Brasil
Abraham Goldstein
Presidente