Em nota, FIEMG E A FIRJAN criticam novo aumento de juros pelo BC: restringe os investimentos produtivos e “pode agravar a já esperada desaceleração econômica, prejudicando a geração de empregos, a renda das famílias e a própria arrecadação do governo”
A decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic (taxa de juros básicos da economia) em 1 ponto, elevando-a de 12,25% para 13,25%, repercutiu negativamente junto as federações das indústrias de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, manifestou grande preocupação com os impactos negativos do aumento dos juros. “A elevação da Selic a níveis tão altos tende a restringir os investimentos produtivos, aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade da indústria brasileira e mineira, especialmente em um contexto em que o ‘custo Brasil’ já é excessivamente alto, com gargalos logísticos, carga tributária elevada e crédito caro”, afirmou em nota, divulgada na quarta-feira (29), após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Conforme assinala a entidade em nota, “essa medida pode agravar a já esperada desaceleração econômica, prejudicando a geração de empregos, a renda das famílias e a própria arrecadação do governo”.
“A taxa básica de juros em patamares tão elevados compromete as empresas que contraíram empréstimos bancários durante a pandemia para mitigar os efeitos econômicos da crise. Isso eleva significativamente o custo financeiro das empresas, que enfrentam maiores despesas com empréstimos e capital de giro, e encarece os produtos finais, gerando pressão inflacionária, justamente o que a política monetária busca conter”, ressaltou a FIEMG.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou, em nota, que o novo aumento da Selic, para 13,25% ao ano, “vai intensificar o processo de desaceleração da indústria nacional”.
“Recentemente, a produção industrial teve duas quedas consecutivas e está 15% abaixo do nível máximo da série histórica, alcançado em 2011. Essas informações são corroboradas pela quarta queda seguida no Índice de Confiança do Empresário Industrial, que iniciou 2025 apontando pessimismo. A alta dos juros não apenas compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos, mas também restringe os investimentos necessários para impulsionar a produtividade”, diz a nota da entidade.
Alinhado a essas manifestações, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban,, assim se manifestou sobre a decisão do Copom: “Uma decisão excessiva e na direção errada, representando somente mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de empregos e renda”.
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