O inquérito policial referente ao assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, foi concluído pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e encaminhado ao Ministério Público do Estado (MP-BA), nesta segunda-feira (17). A investigação confirmou que o assassinato de Moa foi motivado por briga política.
Mestre Moa foi morto com 12 facadas depois de uma discussão política contra um eleitor do candidato Jair Bolsonaro (PSL), no Bar do João, na localidade do Dique Pequeno, no Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Moa frequentava o local e no momento do ocorrido estava com um irmão e um primo, pouco depois da meia-noite do dia 8 de outubro. Paulo Sérgio foi preso em flagrante pela PM e confessou o crime.
O próprio assassino, Paulo Sérgio, além do dono do bar e outras testemunhas confirmaram que posições políticas adversas iniciaram a discussão. As investigações apontam ainda que, após Moa ter dito que votou em Fernando Haddad (PT), Paulo discutiu com ele.
Familiares, amigos e admiradores prestaram homenagem ao mestre Moa do Katendê na noite desta terça-feira (16), no Largo do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. Milhares de pessoas vestidas de branco, grupos de coletivo de entidades negras e capoeiristas participaram juntos da mobilização. Integrantes dos grupos Ilê Aiyê, Olodum e Filhos de Gandhy também marcaram presença.
Uma faixa grande com “Moa vive” foi colocada na fachada do Museu da Cidade.
O compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador na propagação da cultura afro-brasileira completaria 64 anos de vida no dia 29 deste mês de outubro. No último sábado (13), pessoas próximas de Moá já tinham celebrado sua missa de sétimo dia, que ocorreu na Igreja de Nossa Senhora dos Rosários dos Pretos.