
O combate à alta dos preços dos alimentos voltou ao debate público nas últimas semanas e ganha força como uma das principais questões tanto no governo como entre as entidades sociais. Neste 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o tema também retoma à pauta nas entidades femininas, que cobram medidas urgentes para o combate à carestia.
“Comida cara não dá! Controle de preços já” foi a palavra de ordem da Federação das Mulheres Paulistas (FMP), na manhã deste sábado, em faixa estendida em um viaduto sobre Avenida Nove de Julho, no centro de São Paulo.
“Nesse 8 de Março, a gente denuncia a fome, porque é uma das principais amarras contra a emancipação da mulher, que acentua a desigualdade, impede que as mulheres tenham mais condições de estudar, trabalhar, se desenvolver”, declarou Keila Pereira, presidente da Federação.
“A gente reconhece, obviamente, os esforços do governo para esse combate, mas ainda são medidas relativamente tímidas. A gente precisa de ações que venham com mais força, mais investimento. Investimento em estoque regulador, para garantir esse controle de preço através de estoques, e mais investimento também em mercados e armazéns solidários que, com o subsídio dos poderes municipal, estadual, federal, a gente consiga garantir itens básicos da cesta, de higiene, de limpeza, a preços mais baixos para as pessoas que são beneficiárias de programas sociais”.
“Existem medidas muito mais efetivas que podem ser tomadas e que a gente ainda não está dando o peso necessário. Então o Brasil pode avançar muito mais nesse combate à carestia e, com isso, a gente consegue avançar na luta das mulheres pela sua emancipação”, ressalta Keila.

Para este 8 de Março, a entidade divulgou um manifesto cobrando retomada de estoques reguladores, o controle dos preços e redução dos juros como medidas essenciais para enfrentar a carestia dos alimentos.
Nesta semana, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou um pacote de medidas no sentido de garantir a redução dos preços dos alimento, O pacote inclui ações como zerar o Imposto de Importação de nove tipos de comida, incentivo aos médios produtores com juros mais baratos e o fortalecimento de estoques reguladores de alimentos, porém sem muitos detalhes.
Já na nesta sexta-feira (7), o presidente Lula afirmou, durante encontro com famílias assentadas em Minas Gerais, que o governo pode tomar atitudes “mais drásticas” para baixar o preço dos alimentos aos consumidores brasileiros. “Eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo”, disse Lula ao discursar para as lideranças populares. “O ovo está saindo do controle. Uns dizem que é o calor, outros dizem que é exportação e eu estou atrás [da explicação]”, acrescentou.
JÚLIA CRUZ