
Em evento, o presidente rebateu o norte-americano por ameaçar tarifar produtos brasileiros
O presidente Lula rebateu nesta terça-feira (11), durante discurso em evento de inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex, em Minas Gerais, as ameaças que o presidente dos Estados Undos, Donald Trump está fazendo de impor tarifas aos produtos brasileiros vendidos ao mercado americano.
Lula disse que “não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado”. “É assim que vamos governar esse país”, ressaltou o presidente.
Donald Trump determinou medidas econômicas e políticas que o governo de Lula não apoia, como o caso da tarifa de importação de aço e do etanol. O líder brasileiro tem respondido com críticas às medidas, citando, por exemplo, que ele “não é o xerife do mundo”.
Recentemente, o presidente dos EUA ameaçou tarifar importações e mencionou o caso do etanol brasileiro como uma das assimetrias mais graves da balança comercial do país. Em meados de fevereiro, Lula lembrou o histórico da relação entre Brasil e Estados Unidos, e considerou taxar qualquer importação oriunda de lá.
“Se taxar o aço brasileiro, vamos agir comercialmente. Ou vamos denunciar na Organização [Mundial] do Comércio, ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles. A relação do Brasil com os EUA é muito igualitária. Eles importam de nós US$ 40 bilhões. A gente importa deles US$ 45 bilhões. É o único país do mundo que tem superávit em relação ao Brasil. Queremos paz. Não queremos guerra”, disse Lula em entrevista a uma rádio paraense no mês passado.
Em recente entrevista, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, também rebateu as ameaças de Trump. Ele disse ser possível buscar uma boa relação comercial entre os países, apesar das tarifas impostas recentemente por Donald Trump. “No caso do Brasil, há superávit comercial na balança de bens e de serviços. Então, o Brasil não é problema”, disse Alckmin, em entrevista ao Jornal da CBN.
O vice-presidente afirmou que os norte-americanos exportam mais para o Brasil do que importam, diferentemente do que acontece com outros países do mundo. Segundo Alckmin, conversas com representantes dos Estados Unidos levaram à criação de um grupo de trabalho para “cooperação econômica” entre os dois países. “O comércio exterior tem que ser um ganha-ganha. Se eu sou mais competitivo em uma área, vendo para você. Se você é mais competitivo, vende para mim”, destacou o vice do Brasil.