
O governo brasileiro condenou as “violações israelenses” ao acordo de cessar-fogo com o Hamas e disse que é urgente “alcançar um acordo para a cessação permanente de hostilidades”.
Na madrugada desta terça-feira (18), Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza, colapsando com o acordo que vigorava desde 19 de janeiro. Somente nos novos ataques, Israel matou mais 413 palestinos. Ao todo, já foram mais de 48 mil mortos, entre crianças, mulheres e idosos.
A secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, se reuniu na segunda-feira (17) com a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Expatriados do Estado da Palestina, Varsen Aghabekian Shahin, para discutir a situação na Palestina e as hostilidades de Israel.
O Itamaraty informou que ambas “expressaram preocupação com a fragilidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza e condenaram violações israelenses a esse acordo, em particular a suspensão da entrada de ajuda humanitária e energia elétrica”.
No momento da reunião, Israel ainda não havia feito o novo bombardeio contra a Faixa de Gaza.
Israel já havia bloqueado a entrada de alimentos e mantimentos, além de ter desligado o fornecimento de energia elétrica na região, argumentando que matar os palestinos de fome era uma forma de pressionar por um novo acordo de paz.
As representantes do Brasil e da Palestina “concordaram sobre a urgência de alcançar acordo para a cessação permanente das hostilidades, incluindo a retirada completa das forças israelenses do território, a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos detidos em violação ao direito internacional, assim como a definição de mecanismo robusto que garanta o acesso desimpedido de ajuda humanitária”.
Ainda foi discutida a expansão israelense sobre terras na Cisjordânia e Jerusalém Oriental através de ataques de colonos contra civis palestinos, assim como “ameaças de anexação e intensificação de operações militares israelenses em cidades e campos de refugiados palestinos, que levaram ao deslocamento forçado de dezenas de milhares de palestinos”.