
Esta terça-feira (18), foi marcada por manifestações contra a alta da taxa básica de juros (Selic) em diversas capitais do país. Centrais sindicais, entidades estudantis e do movimento social se reuniram nas diferentes sedes do Banco Central (BC) com faixas com dizeres como “Menos juros, mais emprego!” e “Contra carestia!”.
Atualmente em 13,25% ao ano, a taxa de juros do Brasil deve ser elevada ainda mais nesta quarta-feira (19), no segundo dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, o que vem intensificando os atos de repúdio entre trabalhadores, empresários e estudantes, que hoje saíram às ruas no Dia Nacional de Mobilização Menos Juros, Mais Empregos.
Em Porto Alegre (RS), os manifestantes saíram do Colégio Estadual Júlio de Castilhos (o Julinho), seguiram pela Avenida João Pessoa em direção às principais ruas do Centro Histórico até chegar ao escritório do Banco Central (BC), na Rua 7 de setembro, onde foi realizado um ato público.
A coordenadora da Juventude Pátria Livre no Rio Grande do Sul, Vitória Cabreira, afirmou que os estudantes saíram às ruas “para dizer que nós não vamos aceitar nem mais um real indo para o bolso dos banqueiros. Que no nosso país, não vamos aceitar que o povo continue passando fome, enquanto eles ganham mais de R$ 900 bilhões por ano! Estamos na rua para dizer que o Tri Escolar (passe estudantil) é direito dos estudantes e nem o Melo (prefeito Sebastião Melo) e nem ninguém vai tirar isso da gente. O nosso país não vai se curvar para banqueiro, para meia dúzia de ricaços que quer ver o povo passando fome, que quer ver as escolas sucateadas, o transporte sucateado!”.

PERNAMBUCO
No Recife, a atividade aconteceu na Rua do Sol, com a Avenida Guararapes, no centro da capital. O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Hamilton Bezerra, afirmou que “a sangria dos juros altos não só leva ao desemprego e à miséria do nosso povo, como também trava o desenvolvimento do nosso país”.
Edna Costa, presidente da Federação das Mulheres Pernambucanas (FMPE), afirmou que os juros altos vão afetar de maneira desigual as mulheres ao agravar a carestia. “Vamos ter que barrar esta taxa de juros que prejudica principalmente as mulheres. Só o ano passado foram cerca de R$1 trilhão retirados do orçamento em 2024 para pagar juros. Vamos juntos barrar essa pouca-vergonha que o Banco Central está fazendo com o Brasil”, disse Edna.
RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, o ato foi na Avenida Presidente Vargas, 730, no Centro, em frente à sede do BC. O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius de Assumpção, disse que a “taxa da Selic impede o trabalhador de fazer um financiamento para reformar sua casa, de comprar um carro. O Brasil é conhecido lá fora como o paraíso dos banqueiros. E uma transferência de renda ao contrário, para os ricos. Só os bancos ganham”.
