
“Isso é inaceitável”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI. “Toda a geopolítica está voltada a preservar a capacidade industrial das nações. Como podemos onerar ainda mais um dos principais fatores de crescimento e desenvolvimento industrial?”
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, alerta que a medida provisória (MP 1.300/2025), que trata da modernização do setor elétrico, agrava as dificuldades enfrentadas pela indústria e cobra soluções para reduzir as tarifas de energia.
“Somos um país que produz energia barata, mas que tem uma das contas mais caras do mundo. Isso é inaceitável”, afirmou Alban, em evento comemorativo ao Dia da Indústria, realizado no fim de maio pela entidade. Ele reconhece aspectos positivos da medida, mas enfatiza que a indústria não pode arcar com os custos dessa transição.
“Não é possível que nós temos no Brasil um dos menores custos de produção e geração de energia e, na contramão, temos um dos maiores preços de energia”, ressaltou o presidente da CNI, que chama atenção para o papel estratégico da energia no desenvolvimento industrial e na competitividade do país.
“O que está acontecendo no mundo hoje? Toda a geopolítica está voltada a preservar a capacidade industrial das nações. E o que é fundamental para isso? Energia!”, afirmou Alban. “Como podemos onerar ainda mais um dos principais fatores de crescimento e desenvolvimento industrial?”, indagou.
A Medida Provisória 1.300/2025, que reforma o setor elétrico, permitirá que todos os consumidores escolham a empresa geradora de energia – no chamado mercado “livre”, atualmente permitido para quem consome em alta tensão. No entanto, a MP transfere para os consumidores que estão hoje no mercado cativo (aqueles que compram energia de uma única distribuidora) os custos financeiros decorrentes de sobrecontratação ou exposição involuntária das concessionárias. Ou seja, uma medida criada para compensar as futuras perdas das distribuidoras.