
A Justiça Militar de São Paulo decidiu tornar réus 18 policiais militares envolvidos na morte de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ex-colaborador e delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O assassinato ocorreu em 8 de novembro de 2024, na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando Gritzbach retornava de Maceió. Além dele, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também foi morto durante a ação.
Dos 18 réus, três são acusados de participação direta na execução do crime: Fernando Genauro: tenente da PM, acusado de ser o motorista do veículo usado na fuga dos criminosos; Denis Antônio Martins: cabo da PM, apontado como um dos executores do crime e Ruan Silva Rodrigues: soldado da PM, também acusado de ser executor do homicídio.
Os outros 15 policiais militares respondem por crimes como organização criminosa, falsidade ideológica e prevaricação.A Corregedoria da PM indicou que 12 deles estavam envolvidos em atividades ilícitas relacionadas ao PCC, incluindo extorsão de criminosos e vazamento de informações sigilosas. Além disso, há indícios de que alguns PMs receberam pagamentos em Bitcoin por sua colaboração no assassinato de Gritzbach.
Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, fornecendo informações cruciais sobre a atuação do PCC, esquemas de lavagem de dinheiro e a participação de policiais em atividades ilícitas. Ele também havia denunciado o envolvimento de policiais militares e civis com a facção criminosa, incluindo extorsão de criminosos.
O juiz responsável pelo caso destacou que o assassinato foi planejado para gerar pânico e demonstrar o poder da facção criminosa, ocorrendo em plena luz do dia e utilizando armas de alto calibre em um local de grande movimentação de pessoas. Além disso, a execução foi considerada uma “queima de arquivo”, com o objetivo de ocultar outros crimes e dificultar a defesa da vítima.
A investigação continua em andamento, com a polícia buscando identificar outros envolvidos e possíveis mandantes do crime. A prisão preventiva dos réus foi mantida, e o Ministério Público segue coletando evidências para fortalecer o caso.