
Onda após onda de mísseis – especialmente os hipersônicos – e drones, os contra-ataques iranianos estão demolindo a sensação de impunidade e invulnerabilidade que vigorava entre a população israelense, que acreditava piamente nas lorotas de Netanyahu sobre o “impenetrável Domo de Ferro”
Os israelenses descobrem agora que o exaltado “Iron Dome” mais parece uma peneira, em meio a cenas de prédios arregaçados e equipes limpando destroços, a principal refinaria em chamas e até mesmo o coração tecnológico dos belicistas de Tel Aviv, o Instituto Weizmann, e ainda a sede do Mossad (o propalado serviço secreto de Israel, o aeroporto Ben Gurion, o porto de Haifa e bases aéreas devidamente “carimbados”.
O regime fascista israelense desencadeou o ataque covarde e não provocado ao Irã na sexta-feira (13), na véspera de negociações em Omã entre EUA e Irã sobre a chamada ‘questão nuclear’ e a quatro dias da abertura da conferência sobre a Palestina, promovida conjuntamente pela França e Arábia Saudita, e que foi indefinidamente adiada.
Nestas quarta e quinta-feira (18 e 19), Israel se defrontou com a 10ª e a 11ª ondas de mísseis e drones iranianos em seis dias, com o “Domo de Ferro” de novo fracassando em deter os mísseis hipersônicos.
Segundo comunicado do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana, “esta noite, os poderosos e manobráveis mísseis Fattah, contornando o escudo antimíssil, abalaram repetidamente o refúgio dos covardes”, referindo-se aos comandantes do regime de apartheid israelense e enviando uma mensagem da autoridade do Irã ao belicista aliado de Tel Aviv, “que está atolado em fantasias e ilusões vazias”, em uma referência explícita a Donald Trump.
Na segunda-feira, o jornal Washington Post chegou a advertir que, nesse ritmo de queima inútil de antimísseis – para cada míssil iraniano precisa de dois a três para tentar pará-lo -, como se pode ver nos vídeos nas redes, o estoque israelense acabaria em pouco mais de dez dias. “O sistema já está sobrecarregado. Em breve eles terão de escolher qual míssil interceptar”, disse a fonte, sob anonimato.
No início da sua operação “Chacal em Ascensão” – alguns optaram por compará-la a Pearl Harbour -, o regime Netanyahu arrotou vitória sobre o Irã e o herdeiro de Jabotinsky até posou ao lado do filho do ditador Reza Pavlevi (derrubado pela Revolução Islâmica de 1979), filho oportunamente chamado, por um diplomata paquistanês, de “prostituta imperial”.
Até mesmo relatos do main stream imperial, a exemplo da BBC e CNN, se vêem obrigados a registrar a situação, para eles imprevista. Enquanto o regime israelense admite que o sistema de defesa aérea do país “continua robusto, mas não é hermético”.
Assim, na manhã de segunda-feira equipes limparam os escombros e removeram os destroços de um prédio de 20 andares em Tel Aviv, atingido por um míssil iraniano na madrugada. O ponto de impacto deixou um buraco gigantesco no edifício, onde quatro pessoas morreram.
Duas das vítimas estavam dentro de abrigos antibombas no momento do ataque e, de acordo com uma investigação, o míssil atingiu uma parede do refúgio, que não foi capaz de suportar o impacto. Cerca de 300 apartamentos estão, agora, vazios e as famílias desabrigadas.
De acordo com o ministro das Finanças de Israel, o assaltante de terras palestinas Bezalel Smotrich, desde o início da guerra com o Irã o governo recebeu 14 mil reivindicações por danos causados por ataques iranianos e 2.775 moradores foram deslocados. São 24 os edifícios que, de tão abalroados, estão programados para demolição.
Na cidade de Petah Tikva, no centro de Israel, outro sobrevivente descreveu à Al Jazeera o ataque a seu prédio. Ele disse que correu para se abrigar após ouvir sirenes, ouviu uma forte explosão e depois de alguns minutos pôde ver “todos os estragos, todas as casas destruídas”.
Na terça-feira, o comando israelense chegou a considerar que o pior tinha passado e que os mísseis iranianos “estariam acabando”, mas chegou a tardinha e começou outra onda, cuja percepção foi tão tardia que, ao invés do costumeiro alerta de dez minutos para correr para os abrigos, só foi emitido dois a três minutos antes do impacto.
A refinaria de petróleo localizada na cidade de Haifa, ao norte de Israel, pertencente ao grupo Bazan, foi severamente atingida por um ataque iraniano que resultou na morte de três trabalhadores e provocou a interrupção completa das atividades da planta, no último domingo (15).
Em retaliação ao assassinato, por Israel, de uma dezena de cientistas nucleares iranianos, o Instituto Weizmann, principal centro tecnológico de Israel e de seu esforço bélico, foi atingido.
Segundo apuração dos sites especializados, já são cinco os F-35 israelenses derrubados pela defesa antiaérea iraniana.
Sob a retaliação iraniana, a vida econômica de Israel mergulha na paralisia. O regime proibiu a saída de cidadãos israelenses, mas famílias abastadas estão partindo para paragens mais tranquilas, como Chipre, na encolha e de barco.
Na terça-feira à noite, o recém-nomeado chefe do Estado-Maior do Irã, Major General Seyed Abdol Rahim Mousavi, anunciou que as operações realizadas desde sexta-feira contra alvos israelenses serviram como um “aviso” e que “operações punitivas” serão realizadas em breve.
“A grande nação iraniana, como a história mostra, nunca se curvou a nenhuma agressão e, ao permanecer firme diante desse ato bárbaro, fará o regime sionista pagar por seus crimes, se Deus quiser”, assinalou Mousavi, diante da matança de civis iranianos pelos bombardeios israelenses, ataque à sede da tevê estatal e terror contra líderes e cientistas iranianos.
“Que os povos livres do mundo tenham a certeza de que a grande nação do Irã, liderada por suas forças armadas, vingará o sangue dos mártires, se Deus quiser, com seu poder”, finalizou.
Manchete ridícula e porca
Em vez de xingar, você poderia ler a matéria. Xingar, já diz o outro, é coisa de quem não tem argumento. E, quanto a fatos…