
Bolsonarista sai em defesa do atual presidente do BC, que elevou a Selic a 15%
O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, saiu em defesa, nesta quinta-feira (19), de seu amigo Gabriel Galípolo, que decidiu à frente do Banco Central aumentar a taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano, na noite de ontem.
““Eu poderia falar: ‘Viu? Me criticaram tanto e agora a taxa está maior’. Mas minha honestidade intelectual não me deixa embarcar nessa. Eu teria feito a mesma coisa”, declarou o bolsonarista à jornalista Andréia Sadi da GloboNews. Campos Neto presidiu o BC entre 2019 e 2024, por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alvo de fortes críticas do presidente Lula, além de todo o setor produtivo, por manter os juros elevados no país, Roberto Campos deu início a um novo ciclo de aumento no nível da taxa de juros base, em setembro de 2024, a poucos meses do fim do seu mandato no BC. A Selic saiu de 10,5% para 12,25% em dezembro de 2024, com Galípolo e os demais diretores indicados pelo atual governo apoiando a decisão.
Agora Campos Neto sai em socorro do seu sucessor, que na noite de quarta-feira (19) anunciou mais um aumento de 0,25 ponto percentual (p.p) na Selic – ação que surpreendeu até os agentes do “mercado”, que na sua maioria apostavam no fim do ciclo de aumento dos juros, via manutenção do nível da Selic em 14,75%.
Com esse acréscimo de 0,25% , a taxa Selic chegou aos 15%, o maior nível em 19 anos, jogando a taxa de juros reais (descontada a inflação) para quase 10% – o que é uma paulada nos investimentos produtivos, no consumo de bens e serviços e na geração de empregos no país.