
“Ouvimos várias declarações de Israel de que eles têm provas de que o Irã está a um passo de criar armas de destruição em massa. Por que eles não podem simplesmente mostrar os documentos?”, questionou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova
Israel não tem nenhum direito de tentar forçar uma “mudança de regime” no Irã através de uma massiva campanha de bombardeios que só tem trazido e morte e destruição aos dois países, alertou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Em entrevista a Rick Sanchez, da RT, na quarta-feira (18), Zakharova condenou os que abandonam os princípios legais e morais que afirmam defender quando se alinham ao Estado sionista e sua política de agressão.
“Ouvimos várias declarações de Israel de que eles têm provas de que o Irã está a um passo de criar armas de destruição em massa. Por que eles não podem simplesmente mostrar os documentos?”, questionou a porta-voz russa.
A série de ataques com mísseis contra o Irã, sob a justificativa de que Teerã estaria prestes a adquirir armas nucleares – objetivo negado repetidamente pela República Islâmica – fez com que o Irã respondesse com uma barragem de mísseis, infligindo sérios danos à infraestrutura israelense.
“POR QUE O IRÃ ESTÁ SENDO BOMBARDEADO?”
“O que o Irã fez de errado? Por que está sendo bombardeado?”, perguntou Zakharova ao entrevistador, condenando as agressões em andamento. “Israel diz que não gosta do regime do Irã, do regime político”, apontou a porta-voz, esclarecendo que isso não dá ao Estado sionista o direito de atacar outra nação. “Goste ou não de um regime, se ele não te ataca, você não tem o direito de mudar esse regime”, assinalou.
O programa nuclear do Irã, retratado por Israel como fonte de grande preocupação, é algo para ser tratado pelo direito internacional e pela diplomacia, esclareceu a porta-voz, acrescentando que quaisquer questões relacionadas a ele devem ser resolvidas pela comunidade internacional. “Não se trata de alguém tentar resolver essa questão sozinho”, frisou.
REAÇÃO IRANIANA FOI IMEDIATA E DEVASTADORA
Entre as instalações, centros e bases militares declarados completa ou parcialmente destruídos encontram-se a Base Aérea de Kiryat Gat, próxima a Haifa; Quartel-General do Exército de Ocupação de Israel (IDF); Usina Elétrica de Hadera – uma das maiores usinas elétricas ao norte de Telavive; Refinaria de Petróleo de Haifa – principal fornecedora de energia e combustível para o norte, especialmente para as indústrias de aviação e transporte; Usina Elétrica de Haifa; Base Aérea de Nevatim; Base Aérea de Oda – centro de comando, controle e guerra eletrônica; Base Aérea de Tel Nof – base aérea militar estratégica; Base Aérea da Galileia; Quartel-general militar das Forças de Defesa no norte; Infraestrutura Portuária de Haifa; Centros do Instituto Weizmann de Pesquisa Científica – o mais importante do país; Área Industrial de Kiryat Gat – centro de tecnologia e indústrias avançadas, incluindo fábricas de semicondutores; Ministério da Defesa de Israel; Centro de Pesquisa Nuclear de Israel; Unidade 8.200 – centro de operações cibernéticas e de espionagem; Quartel-General do Mossad e o Ministério da Economia de Israel.
A escalada do enfrentamento já deixou pelo menos 639 mortos no Irã e 24 em Israel, de acordo com o grupo de Ativistas de Direitos Humanos, sediado em Washington, e autoridades israelenses, que estão censurando a ação da imprensa.