
E tome tarifaço: consumo das famílias desacelera de 4% registrados no quarto trimestre de 2024 para apenas 0,5% no primeiro trimestre de 2025
Em sua terceira e última estimativa, o Departamento do Comércio dos EUA revisou para -0,5% o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), no primeiro trimestre do ano, pior do que os -0,2% inicialmente registrado.
A queda do PIB de janeiro a março reverteu um aumento de 2,4% (anualizado) nos últimos três meses de 2024 e marcou a primeira vez em três anos que a economia se contraiu, segundo a AP. Projeções iniciais dos analistas apontavam para 0,3% de alta no período.
O desempenho negativo foi impulsionado pela desaceleração do consumo das famílias de 4% registrados no quarto trimestre de 2024 para apenas 0,5%; retração dos gastos do governo federal de 4,6%, a maior desde 2022; e alta de 37,9% nas importações, na tentativa das empresas em antecipar compras visando driblar o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump.
Na primeira estimativa, em abril, Trump jogou a culpa do problema sobre Biden, asseverando que quando o tarifaço entrar em vigor “os índices vão prosperar”. “As empresas estão começando a se mudar para os EUA em números recordes”, acrescentou nas redes sociais.
“Isso levará um tempo, não tem NADA A VER COM TARIFAS, apenas que ele [Biden] nos deixou com números ruins, mas quando o boom começar, será como nenhum outro. SEJAM PACIENTES!!!”, completou.
Desde então, Trump já decretou taxas a países e produtos específicos, depois as chamadas “tarifas recíprocas”, que atingiram mais de 180 países e pausadas por 90 dias, com o embate principal sendo com a China. A “pausa” no tarifaço se encerra no próximo dia 9 de julho.
Segundo o ex-economista chefe da OMC, Robert Koopman, as tarifas aumentam os preços para os consumidores americanos ou reduzem a lucratividade das empresas americanas, já que apenas uma parcela muito pequena das tarifas impostas pelo governo americano é absorvida pelos exportadores estrangeiros.
Para ele, o impacto negativo das tarifas do governo americano na economia americana já havia sido demonstrado, visto que “a maioria das pessoas observa uma desaceleração do crescimento econômico nos EUA”.