Operação apura esquema de descontos ilegais em benefícios. Prejuízo estimado passa de R$ 6 bilhões
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (9), nova fase da Operação Sem Desconto, que apura o esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Com apoio da CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nos Estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal.
Segundo a PF, a ofensiva busca aprofundar as investigações e esclarecer crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa e ocultação de patrimônio.
DESVIOS BILIONÁRIOS E AÇÕES JUDICIAIS
Trata-se, a operação, de desdobramento da primeira fase, deflagrada em abril, que revelou irregularidades na cobrança de mensalidades associativas diretamente nos contracheques de aposentados e pensionistas do INSS — sem qualquer autorização dos beneficiários.
A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades e seus dirigentes, valor que deverá ser usado para ressarcir as vítimas.
O pedido foi dividido em 15 ações judiciais para agilizar o andamento dos processos.
Auditorias da CGU mostram que os débitos começaram a crescer ainda em 2018, no governo Michel Temer (MDB), recuaram nos 2 anos seguintes e voltaram a disparar entre 2021 e 2024 — período em que o prejuízo estimado saltou 119%.
OPERAÇÃO SEM DESCONTO
As investigações da PF e da CGU apontam que o valor total dos desvios ultrapassa R$ 6 bilhões.
As fraudes envolvem entidades associativas e clubes de benefícios que aplicavam descontos indevidos diretamente nos benefícios previdenciários, usando cadastros falsos, adesões simuladas e dados obtidos sem consentimento dos aposentados e pensionistas.
Além das ações policiais, o tema é alvo de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso Nacional, que investiga o envolvimento de associações, empresas de crédito consignado e gestores públicos no esquema.
Fontes ligadas à apuração indicam que novas fases da operação estão previstas para os próximos meses, com foco em identificar o fluxo financeiro dos desvios e recuperar os valores destinados às entidades suspeitas em todo o País.
Leia a nota da PF:
A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União, deflagrou, nesta quinta-feira (9/10), nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal.
A ação de hoje tem o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial.
Não haverá coletiva.