Estudo da Oxfam aponta que 30% dos brasileiros com mais de 20 anos ganhavam menos de um salário mínimo em 2017. Segundo a pesquisa divulgada na segunda feira (26), no Brasil haviam 15 milhões de pessoas que viviam com uma renda de pouco mais de R$ 7 por dia (US$ 1,90).
O estudo denuncia o aumento da concentração de renda no país, onde os 10% mais pobres viviam em 2016 com uma renda mensal de R$ 217,63, em média. Já em 2017 esse valor caiu para R$198,03, uma redução de 9%. Por outro lado, os ganhos dos 10% mais ricos subiram 2,09%, chegando a uma média de R$9.519,10 por mês.
O estudo mostra ainda que dos 10% mais ricos, 12 milhões de brasileiros, 75% ganhavam até 20 salários mínimos de renda tributável, enquanto 1,2 milhões de pessoas, que compõem o 1% mais rico do país possui rendimento médio maiores que R$ 55 mil por mês, sendo a renda mensal desses 36,3 vezes maior que os 50% mais pobres.
“O país estagnou em relação à redução das desigualdades, e quem está pagando essa conta são os mesmos de sempre: as pessoas em situação de pobreza, a população negra e as mulheres”, disse a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, em nota.
O relatório denuncia também que a desigualdade étnico-racial, onde os negros possuíam renda média em 2017 de R$1.545,30, enquanto brancos possuíam uma renda quase duas vezes maior, chegando a R$ 2924,31. Ao considerar apenas os 50% mais pobres da população, a renda dos brancos era de R$965,19, ao passo que a dos negros era de R$ 658,14, menos de um salário mínimo.