
“As primeiras medidas do governo Jair Bolsonaro sinalizam claramente para uma perseguição contra os trabalhadores brasileiros”, afirmou João Goulart Filho, que disputou a Presidência da República em outubro pelo Partido Pátria Livre (PPL). “Ele esquartejou e extinguiu o Ministério do Trabalho, criado por Getúlio, e, em seguida, decretou um salário mínimo de apenas R$ 998, abaixo do valor – que já era bastante insuficiente – de R$ 1006, que o Congresso Nacional havia aprovado”, acrescentou Goulart. (Leia aqui)
“Chega a ser ridículo o Presidente da República assinar decreto cortando 8 reais do salário previamente aprovado, só para dizer que quem manda é ele, e que a ideia é esfolar o povo”, observou. Para o dirigente político, “a economia brasileira não sairá da estagnação em que se encontra com um salário mínimo tão reduzido como este que Bolsonaro decretou, e que mantém asfixiado o nosso mercado interno”. “Os empresários brasileiros não encontrarão compradores para seus produtos”, alertou João Goulart.
“Dissemos várias vezes durante a campanha que o nosso salário mínimo é um dos mais baixos do mundo. Ele é metade do salário de Portugal e Grécia; um terço da Coreia e Japão; um quarto dos Estados Unidos e França, um quinto da Alemanha. É menor que o da Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru, Panamá. Menor até que o do pequenino Paraguai”, denunciou. “É tempo de resistirmos a essa medidas de arrocho que só prejuízos trarão ao nosso povo e ao nosso país”, conclamou Jango.
“Sem dinheiro circulando nas mãos da população, a economia não gira, a indústria não produz, as lojas não vendem e o desemprego se mantém nas alturas. O que está amarrando a economia não são salários altos dos trabalhadores e nem direitos demais, como diz o governo, é exatamente o contrário”, disse Goulart. “É um erro grave achar que a saída para a crise está em mais arrocho sobre o poder de compra da população. Arrancar o couro dos trabalhadores só vai agravar a situação de crise”, prosseguiu.
“Ninguém deve se iludir com a ideia, difundida pelo Planalto, de que, reduzindo os salários e cortando direitos internamente, haverá investimentos estrangeiros e os industriais brasileiros vão conquistar mercados pelo mundo à fora”, avaliou João Goulart. Segundo ele, “país nenhum está abrindo os seus mercados”. “O sentido é inverso, salientou, “a primeira coisa que John Bolton, representante de Donald Trump, disse a Bolsonaro, em sua viagem ao Brasil, é que o governo tem que facilitar a entrada de produtos americanos no nosso país”.
Para João Goulart Filho, “o que está amarrando a economia brasileira não é o excesso de gastos com o povo, como sinaliza Paulo Guedes. É a falta de dinheiro na base social, é a dramática desigualdade que há no país”. Goulart cita dados do Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade Social que aponta que, além do salário mínimo ser baixo, “80% da população brasileira vive com uma renda per capita inferior a dois salários mínimos mensais”. “O Brasil é o décimo país mais desigual do mundo, segundo Relatório de Desenvolvimento do Pnud. Dados divulgados pelo Banco Central, revelam que sessenta mil brasileiros têm R$ 2 trilhões aplicados no exterior”, denunciou Goulart.
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Já que a intenção era aparecer, que aumentasse em R$8,00 reais. Mas nunca diminuísse. Enquanto o Bolsonaro arrocha os salários dos trabalhadores e trabalhadoras, o Ministro da Fazenda diz que vai privatizar as maiores empresas nacionais. Vamos resistir, meu guerreiro povo. Não vamos ceder.
Temos a impressão, leitora, que o objetivo não foi só aparecer, mas aparecer sinalizando que no governo dele não vai ter aumento. Por isso, ele diminuiu, em vez de aumentar.