Ex-governador é acusado de receber R$ 40 milhões de propina
A denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), e mais 14, foi aceita pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. Sem foro privilegiado, Pezão será julgado por um órgão de primeira instância.
O emedebista está preso há pouco menos de dois meses em decorrência da Operação Boca de Lobo, um desdobramento da Lava-Jato no estado.
De acordo com a denúncia, as práticas de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa começaram quando Sérgio Cabral assumiu o governo do estado, e Pezão virou vice, em 2007. A organização chefiada por Cabral e continuada por Pezão, quando este foi eleito governador, recebia 5% dos valores acordados.
Segundo a PGR, as propinas aconteceram na maioria das obras de construção civil executadas pelo Estado nos últimos dez anos, com desvios tanto de recursos federais quanto estaduais. Além da condenação dos 15 envolvidos, a Procuradoria pede o pagamento de R$ 39,1 milhões por danos morais causados.
O juiz federal Marcelo Bretas, em sua decisão que determinou o recebimento da ação, destacou que a PGR foi capaz de anexar inúmeros tipos de provas que comprovam o esquema. “O órgão ministerial expôs com clareza os fatos criminosos e suas circunstâncias, fazendo constar a qualificação dos denunciados e a classificação dos crimes”.
Neste caso denunciado pela PGR, as investigações partiram das declarações fornecidas por Carlos Miranda, um dos operadores financeiros da organização criminosa. Como mostraram as investigações, Pezão recebia uma mesada de R$ 150 mil, com direito a 13º.
Em endereços ligados a integrantes da organização foram encontrados bilhetes nos quais o ex-governador era identificado como “Pé”, “Pzão”, “Bigfoot” e “Pezzone”.