Na quarta-feira (23), trabalhadores da Embraer realizaram mais uma manifestação contra a venda da empresa para a Boeing. O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, e aconteceu na região central da cidade.
Diversas categorias participaram do ato, como petroleiros, professores, aposentados, metroviários de São Paulo e metalúrgicos.
Os trabalhadores defendem que a luta pela garantia dos seus empregos, ameaçados com a venda da empresa para a Boeing, é de interesse de toda a região, já que o fechamento de postos de trabalho na fabricante de aviões terá impacto negativo em outras fábricas e em toda a economia da região.
“A empresa tem papel fundamental na economia do país e o poder público não pode simplesmente ficar calado diante da possibilidade da Embraer deixar o Brasil”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.
O sindicalista denunciou, em entrevista recente à Agência Sindical, que demissões a conta gotas já vinham ocorrendo na fábrica, mesmo antes da formalização do acordo, com o objetivo de entregar uma empresa mais enxuta à Boeing. “A onda de demissões não parou. Elas ocorrem aos poucos, pois seria temerário e chamaria a atenção da opinião pública em meio às negociações. Mas, assim que a empresa for vendida, elas voltarão com mais força”, disse.
Após o ato, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas de São José dos Campos.
O encerramento do ato ocorreu em frente à Prefeitura, onde os manifestantes cobraram um posicionamento do prefeito Felício Ramuth (PSDB) em defesa dos empregos na cidade.
“Este foi um ato para dialogar com a população. Precisamos incluir a sociedade neste debate”, concluiu Weller.
RECURSO DO MPT
Na semana passada, o Ministério Público do Trabalho entrou com recurso que pede, em caráter de urgência, que a decisão do ministro Brito Pereira, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, que autorizou o governo federal a seguir com a venda da Embraer para a Boeing sem consultar antes o Conselho de Segurança Nacional, seja reconsiderada.
O recurso é referente à ação civil pública movida pelo MPT, que tem por objetivo defender os postos de trabalho ameaçados em razão da compra da Embraer pela empresa norte-americana Boeing. Segundo o MPT, o negócio oferece risco a cerca de 26.670 empregos diretos e indiretos.