Seis pessoas morreram em confronto com a Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) na madrugada desta quinta-feira, 24, no município de Palmácia, a 67 quilômetros de Fortaleza. Outros dois suspeitos e dois policiais ficaram feridos.
O caso ocorre em meio à onda de violência no estado, que já chega ao 23º dia, com 240 ataques. A Polícia Civil do Estado do Ceará informou que “investiga a participação do grupo em ações criminosas contra bens públicos e privados na região”. De acordo com a Secretária da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os sobreviventes foram socorridos para unidades de saúde e seguem sob custódia.
No local onde ocorreu o embate, foram apreendidos quatro revólveres calibre 38; duas espingardas calibre 12; um colete a prova de balas; três motocicletas, sendo duas com registro de roubo; drogas; uma quantia em dinheiro não divulgada; rádios de comunicação e aparelhos celulares. Dois policiais ficaram feridos durante a ocorrência e não correm risco de vida.
A intensa onda de violência que acontece no estado do Ceará já atinge 50 cidades, onde tiroteios, destruição e incêndios se tornaram rotina depois de três semanas de ataques.
Bandidos não estão perdoando nem escolas e creches. Uma unidade infantil foi incendiada em Caucaia na última terça-feira (22). Além da detonação de bomba em uma subestação de energia em Fortaleza e um incêndio na Câmara Municipal de Paracuru.
Durante a madrugada desta terça-feira (22), pelo menos três veículos e um posto de gasolina foram incendiados. Escolas municipais também foram incendiadas nas cidades de Ibaretama e Quixadá.
Em Pindoretema, a cerca de 60 quilômetros de Fortaleza, ainda na noite desta terça-feira, o esquadrão antibombas da Polícia Militar isolou por cerca de duas horas uma das plataformas do terminal de ônibus de Messejana. Acionados para inspecionar o conteúdo de uma mochila abandonada, que verificaram não oferecer risco, os agentes foram alertados por guardas municipais de que, em um dos banheiros, havia material e instrumentos que poderiam ser usados na confecção de artefatos explosivos, como álcool, solvente, canivete, fósforo e papel. Todo o material apreendido foi entregue à Polícia Civil e será periciado.
A suspeita da presença de uma bomba também mobilizou agentes da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança e, ainda que as outras plataformas de embarque e desembarque continuassem operando normalmente, muitos usuários evitaram entrar no terminal temendo uma explosão.
A reação das autoridades veio com o reforço no policiamento. O governo federal enviou mais de 400 militares da Força Nacional e mais 262 agentes da Polícia Rodoviária Federal. O governo do Ceará convocou os PMs da reserva e 1200 homens se apresentaram para voltar ao trabalho, e também transferiu para presídios fora do estado os chefes de crime organizado que estariam comandando os atentados de dentro das celas. Tudo isso não impediu novos ataques. Para César Barreira, especialista em violência, as ações criminosas se tornaram imprevisíveis. “Eles acontecem em diferentes lugares, em diferentes horas e até também os objetivos de ataques são diferenciados. Não são mais só o transporte coletivo. Eles estão atacando hoje outros alvos”.
Até o começo da desta quinta-feira (24), pelo menos 415 pessoas foram presas ou apreendidas por participação nos ataques no Ceará. O número foi divulgado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
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