Após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a primeira turma de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, na terça-feira (12), o bloqueio de R$ 1,7 milhão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), e também da sua irmã, Andréa Neves.
O pedido da PGR, que foi originalmente de R$ 5 milhões de bloqueio para cada, aconteceu para garantir o pagamento da indenização por danos coletivos, caso Aécio e Andréa sejam condenados no processo por ter pedido e recebido R$ 2 milhões em propina de Joesley Batista, dono da JBS.
Em 2017, Joesley entregou à PGR um áudio no qual o então senador Aécio Neves (PSDB-MG) pede a propina. V. Aécio pediu e recebeu R$ 2 milhões de propina da JBS, reafirma a PGR
O dinheiro foi entregue a Aécio durante ação gravada e monitorada pela Polícia Federal. A PF, após a entrega, acompanhou todo o caminho do dinheiro, que foi de São Paulo para Belo Horizonte, onde foi guardado em empresa do ex-senador Zezé Perrela (PSDB-MG), aliado de Aécio.
Em troca do dinheiro, Aécio fez favores políticos e atrapalhou o andamento da Operação Lava Jato. É, portanto, acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Além de Aécio, são réus dessa ação sua irmã Andréa, seu primo Frederico Pacheco e Mendherson Souza Lima, ex-assessor de Zezé, todos por corrupção. Fred, como é conhecido, recebeu os R$ 2 milhões de Ricardo Saud executivo da JBS, e repassou para Mendherson.
Na época, apesar das evidências, a defesa de Aécio alegou que o pedido não foi referente a propina, mas apenas de um empréstimo.
A primeira turma do STF decidiu, em abril do ano passado, por receber a denúncia da PGR contra Aécio e logo no mês seguinte começou a julgar o pedido de bloqueio. Após um longo pedido de vista do ministro Luís Fux, os ministros não acharam necessário bloquear R$ 5 milhões, mas sua maioria, composta por Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e o próprio Fux, aceitou bloquear R$ 1,7 milhão.
Os ministros Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Melo votaram contra o bloqueio.
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