Trabalhadores técnicos-administrativos de 30 universidades, institutos e centros federais de educação de todas as regiões do país decidiram aderir à Greve Nacional da Educação, na próxima quarta-feira (15), contra os cortes de pelo menos 30% nas verbas de custeio de universidades e institutos federais, congelamento de verba de pesquisa e os demais ataques à Educação anunciados pelo governo Bolsonaro.
A categoria decidiu aderir à paralisação em assembléias realizadas na semana passada, lideradas pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).
A entidade defende que a prioridade desta greve é demonstrar a importância da Educação, denunciar os cortes, o bloqueio das bolsas de mestrado e doutorado, a desqualificação da atividade docente, as tentativas de cerceamento da liberdade de expressão em sala de aula, os ataques à autonomia universitária; o congelamento de salários, entre outros retrocessos defendidos pelo governo.
Segundo os organizadores da paralisação, o dia 15 também está sendo visto como um “esquenta” para a Greve Geral contra a reforma da Previdência, organizada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho.
Antonio Alves Neto, coordenador-geral da FASUBRA Sindical, destaca que “desde que assumiu, há uma tentativa deste governo de desqualificar as universidades públicas e sua produção acadêmica, perseguindo professores com a acusação de que são doutrinadores, taxando os técnico-administrativos como desnecessários e acusando os estudantes de fazerem festas de ‘orgias’”.
“É inaceitável que tais acusações infundadas sejam base para destruir as universidades. Esses ataques poderão provocar incalculáveis prejuízos ao desenvolvimento intelectual, científico, tecnológico e cultural do país, além de contrapor a formação de jovens profissionais com senso crítico”, afirmou.
Para Marcos Otávio de Oliveira Santos, que integra a coordenação da Fasubra Sindical, “é um absurdo o governo tratar todo o trabalho realizado em nossas instituições como balbúrdia. Balbúrdia é um ministro da educação desconhecer a realidade das universidades, balbúrdia é o governo retirar recursos da educação, ameaçar acabar com a aposentadoria dos brasileiros e facilitar o armamento num país onde morrem 60 mil pessoas assassinadas por ano”.
A Fasubra representa 218 mil servidores, em cinquenta instituições filiadas. A entidade informa que desde janeiro tenta marcar uma reunião com o ministro da Educação para discutir a pauta de interesses da categoria, mas o MEC que se recusa a receber os trabalhadores, e sequer responde aos ofícios.