Nesta quarta-feira, uma multidão tomou as ruas da capital gaúcha, Porto Alegre, contra os cortes de Bolsonaro. Segundo os organizadores, mais de 80 mil estudantes, professores, técnicos-administrativos e apoiadores participaram dos atos.
Após manifestações esparsas pela manhã, uma concentração de estudantes começou a se formar por volta do meio-dia na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Após um abraço coletivo ao prédio, eles rumaram para a frente do Instituto de Educação Flores da Cunha, onde estava marcado um ato para as 14h. Pelo caminho, estudantes que aguardavam no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) se juntaram ao ato.
“Hoje os estudantes de todo país foram às ruas para provar que na universidade federal não tem balbúrdia, mas sim produção de ciência e tecnologia, seres pensantes que não se silenciaram diante de um corte que pode destruir a educação pública brasileira. Foi um dia histórico no qual provamos que a unidade é capaz de derrotar qualquer proposta contra o povo”, declarou Thais Alves, estudante de Pedagogia da UFRGS.
“A universidade é nossa, o Instituto Federal é nosso, a educação pública é do Brasil, não de Bolsonaro. Sigamos nas ruas em defesa da educação”, disse a coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS, Gabriela Silveira.
Vitória Cabreira, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (UMESPA), considerou que “a greve desse 15 de maio foi extremamente vitoriosa, pois pode demonstrar a força dos estudantes de todo Brasil pra lutar contra os cortes do Bolsonaro”.
Os manifestantes iniciaram então uma caminhada pelas ruas centrais da cidade, começando pela Osvaldo Aranha em direção ao Túnel da Conceição, que chegou a ser ocupado do início ao fim em determinado momento. “Eu tô na rua, não abro mão, essa balbúrdia vai salvar a educação”, “Ô Bolsonaro, presta atenção, balbúrdia é cortar da educação”, diziam as palavras de ordem cantadas pelos manifestantes, demonstrando que a desastrada frase do ministro da Educação, Abraham Weintraub, serviu de combustível para os protestos.
O presidente da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), Gleison Minhos, também destacou a importância do ato. “Foi muito importante para firmar, que o estudante não aceitará que se corte dinheiro da educação. Para dar recado ao ministro que a Educação não é moeda de troca, hoje foi o pontapé inicial das mobilizações”, declarou.
MARCOS PRESTES com informações do Sul 21