O deputado Tadeu Alencar (PE), líder do PSB na Câmara Federal, denunciou, durante audiência que cobrou explicações do Ministro da Educação sobre os cortes de verbas das Universidades e Institutos Federais, que, em apenas quatro meses, esse governo “só fez trapalhadas e cometeu equívocos monumentais”. O líder do PSB afirmou que o que estamos assistindo “é o início da bancarrota desse governo antipopular e antinacional”.
“Sou líder do PSB, um partido que tem a compreensão de que o maior desafio brasileiro se dá precisamente na pasta que V.Ex.a dirige. Nós temos observado que nos últimos sessenta dias, a cada dez apoiadores do governo Bolsonaro, três deixaram de apoiar o governo.
O eleitor do presidente não é parecido com os valores do governo Bolsonaro”, observou o deputado, ao se dirigir a Abraham Weintraub.
“Quem votou em Bolsonaro queria mudança, desejava abrir a janela para oxigenar as esperanças. Esse eleitor está profundamente frustrado porque em apenas quatro meses é um conjunto de trapalhadas e equívocos monumentais”, disse o parlamentar pernambucano.
“Na política de segurança pública, a solução é armar a população”, denunciou. “Queira Deus que os efeitos não se mostrem mais dramáticos do que se anunciam. Não se pode pensar uma questão séria como segurança pública armando a população”, argumentou Tadeu.
O líder do PSB chamou a atenção para as “intromissões indevidas nos assuntos de Estado”. Ele falou da “invasão antirrepublicana da família do presidente da República e dos amigos. Do pseudo filósofo ou pornô filósofo Olavo de Carvalho, que vem tendo um grau de ingerência e de interferência no governo, que nós já perguntamos aqui o que deve o presidente Bolsonaro para permitir tamanha ingerência”.
Tadeu Alencar lembrou do desastre que foi o ministro Ricardo Vélez. “Nós assistimos aqui o reconhecimento público da inépcia do Ricardo Vélez como ministro da Educação. Tanto que sua demissão, sua exoneração fala por si. Foi o reconhecimento do próprio governo, que o investiu indevidamente nesta condição, que reconheceu a sua incapacidade de gerir uma pasta de tamanha importância”.
“E o Brasil inteiro esperava que a chegada de V.Ex.a no ministério pudesse trazer um novo alento, mas as suas medidas são atacar as universidades, os Institutos Federais, o ensino fundamental, o ensino básico e também pregar uma cruzada contra as ciências humanas, contra a Filosofia, contra a Sociologia”, denunciou.
“Isto é uma aberração, isto é uma visão obscurantista que efetivamente não combina com o Brasil que avançou muito nos últimos anos onde houve interiorização das universidades, onde houve democratização dos Institutos Federais”, apontou o parlamentar.
“Não venha V.Ex.a aqui fazer uma apresentação absolutamente inaceitável. Não venha desafiar a inteligência deste plenário trazendo informações absolutamente primárias. Não é razoável dizer que não houve um corte de 30%”, disse o deputado, dirigindo-se ao ministro.
“Eu quero lembrar ao ministro que nós temos o decreto 9.711 que dispôs sobre a programação orçamentária e financeira. Ele trouxe sobre as despesas discricionárias, que são aquelas que o ministério pode dispor, ao seu bel prazer, um corte inicialmente de 24% e depois a Portaria 144 do Ministério da Economia aumentou esses cortes para 31%, ou um valor de R$ 7,29 bilhões, sobre um total de R$ 23 bilhões”, prosseguiu.
“Portanto, ministro da Educação, nós esperávamos que V.Ex.a tivesse respeito por esse Parlamento, não viesse aqui atacar a inteligência dos deputados e deputadas que representam o conjunto do povo brasileiro. Fique certo V.Ex.a que há uma quantidade de pessoas que contestam as suas medidas. Eu quero ver V.Ex.a andar nas ruas, nas universidades brasileiras, nos Institutos Federais. Vocês vão ver que é o início da bancarrota desse governo antipopular e antinacional”, completou o líder do PSB.