Manifestantes fizeram protestos em 23 estados, no DF e em 133 cidades brasileiras contra o Supremo Tribunal Federal (STF), contra setores do Congresso Nacional e a favor da liberação das armas. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia foi criticado pelos participantes que fizeram um boneco gigante do parlamentar.
Os atos também apoiavam a reforma administrativa do governo Bolsonaro, mas protestaram contra a decisão, apoiada por Jair Bolsonaro, de transferir o Conselho de Acompanhamento e Fiscalização (Coaf) do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia. Houve, ainda, pedido de fechamento do Congresso Nacional.
Palavras de ordem contra o grupo de partidos que formam o chamado Centrão foram gritadas na maioria das manifestações, assim como ataques violentos ao vice-presidente Hamilton Mourão. Nem os demais militares que participam do governo foram poupados.
Até grupos que antes apoiavam Bolsonaro, como o MBL, foram muito atacados pelos manifestantes e elogios a Olavo de Carvalho apareciam em faixas. Muitos participantes defendiam o fechamento do Congresso Nacional e do STF.
Jair Bolsonaro usou as redes sociais neste domingo para também criticar o Congresso Nacional e dizer que as articulações políticas do parlamento são a “velha política”.
As manifestações foram criticadas por diversos parlamentares e personalidades governistas e da oposição.
“Sou a favor da liberdade de manifestação, mas não para uma manifestação contra a democracia, contra o Congresso, querendo gerar conflito. Não dá para criar um ambiente democrático, de paz e de construção dos interesses nacionais, quando no próprio governo há vozes querendo buscar esse tipo de conflito e querendo jogar a população contra o Congresso”, afirmou o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE).
Ele criticou o que chamou de provocações, que são frequentemente disseminadas pelas redes sociais. “Ele (governo) quer o apoio do Congresso ou criar uma guerra com o Congresso?”, indagou, referindo-se a manifestações de alguns parlamentares do PSL.
“É preciso que o governo se entenda consigo mesmo antes de querer fazer um ataque à oposição, que cumpre o seu papel com responsabilidade. O governo precisa sair da Internet, das redes sociais, e governar – coisa que, parece, não sabe fazer”, assinalou o deputado Aliel Machado (PSB-PR).
Para o parlamentar, o governo faz uma gritaria, visando esconder suas “ineficiências e irresponsabilidades” administrativas. “O que o governo tenta, no momento de crise econômica em que as pessoas estão sofrendo com a falta de empregos, em que as pessoas estão sofrendo com a retirada de seus direitos, é mudar o foco para o debate ideológico”, disse.
“Há um ataque à política e à democracia. Há um ataque a este Congresso Nacional, pelas ineficiências e irresponsabilidades na condução do nosso país”, acrescentou.
Para o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), a insatisfação com o governo é crescente e a revolta contra a reforma da Previdência já é muito grande porque ela “penaliza os mais pobres”. “Não é possível que o governo continue mentindo, assim como Temer mentiu com a reforma trabalhista”.
“Amigos, vocês estão cegos”, escreveu a deputada Janaína Paschoal (PSL) no grupo de WhatsApp dos deputados estaduais da legenda, depois de uma série de embates sobre a necessidade do ato de rua.
“O Governo se coloca em uma situação de imobilismo e chama as pessoas para tirá-lo do imobilismo”, acrescentou a deputada paulista. “Pelo amor de Deus, parem as convocações! Essas pessoas precisam de um choque de realidade. Não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações! Raciocinem! Eu só peço o básico! Reflitam!”, escreveu ela.
O empresário Gabriel Kanner, presidente-executivo do movimento Brasil 200, formado por empresários seguidores de Bolsonaro, criticou a manifestação. “A forma como surgiu essa manifestação foi um pouco nebulosa no nosso entendimento”, disse. “Vimos pessoas com hashtags sobre invadir o Congresso ou fechar o STF. A nossa orientação é refutar qualquer tipo de pedido neste sentido”.
O presidente do PSL, Luciano Bivar, foi em direção oposta ao filho do presidente e disse, na terça-feira (21), não ver “por que existir qualquer manifestação”. “Para quê tirar o povo para uma coisa que já está dentro de casa? Já ganhamos as eleições, já passou isso aí”, disse ele. “Eu vejo sem sentido essa manifestação”.
Até o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou o ato. “Não é momento para manifestações duras nem pró, nem contra o governo”, prosseguiu.
“São grupos adesistas. Independentemente do que o presidente Bolsonaro faça, estão lá com ele, apoiando ele. Isso também não tem nada de liberal. O presidente da República, quando erra, precisa ser criticado, sim”, destacou o deputado Kim Kataguiri, um dos fundadores do MBL, que ressaltou ter a mesma visão do grupo Vem Pra Rua.
Ele destacou que os bolsonaristas mais ferrenhos “não têm bolas” para fechar as instituições, mas “querem emparedar as instituições demonizadas”.
“Estão mobilizando a massa de neuróticos e fanáticos para isso. Tudo o que pretendem é criar o caos. Apenas na bagunça sobrevivem”, criticou Renato Santos, outro integrante do grupo. “O sucesso de um ato girando em torno dessa retórica é péssimo para reformas. É uma declaração de guerra ao Congresso. Qualquer pessoa minimamente responsável não apoia uma insanidade dessas”.
Manifestantes pró-Bolsonaro arrancam faixa em defesa da Educação em Curitiba. Assista ao vídeo:
Veja as fotos
Ato em Brasília
Brasília
Ato em Belo Horizonte
Ato em Salvador
Protestos contra o Congresso Nacional
No Rio, manifestantes pedem a volta da Monarquia
Acre
Fotos reproduzidas do Portal G1
Se aos estudantes e professores que saíram às ruas em defesa da Educação, Bolsonaro os chamou de “idiotas”, como então devem ser chamados esses que hoje saem às ruas para atacar as instituições republicanas e ameaçar a Democracia ??!!
Em outras partes do mundo, esses grupos anarquistas são chamados de terroristas. No Brasil… Ora, no Brasil são apenas bolsominions em um dia de protesto qualquer.
Essa ruma de besta é exatamente o mesmo pessoal que pedia o impeachment de Dilma, inclusive boa parte da esquerda já espalhava esses cartazes esquisitos. Na época o HP apoiou os atos, ignorando o que nessa edição destaca (edição 3423, de 16/03/2016). Agora vocês resolvem criticá-los, por quê?
Não adianta dizer que aquelas manifestações eram contra a corrupção, contra todos, porque não eram. Eram contra o PT. Só ver como foi o “Fora Temer”.
E por que você acha que o PT é muito diferente de Bolsonaro, naquilo que realmente importa ao país? Qual a diferença entre Henrique Meirelles no Banco Central, Joaquim Levy na Fazenda e Paulo Guedes na Economia? Você pode se enganar, é um direito seu. Mas nós não temos a menor intenção de fazer o mesmo.
Lamento que ainda há uma parcela da sociedade brasileira, que necessita de cuidados psiquiátricos, junto com o presidente e seus filhos.