O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), afirmou em entrevista ao jornal “O Globo”, nesta segunda-feira (03), que o Brasil está à beira de um colapso social. “Para onde a gente está indo não é bom”, disse Maia. “Estamos caminhando de forma muito rápida para esse colapso social”, destacou.
Apesar de defender a reforma da Previdência que, segundo a maioria esmagadora dos especialistas da área, se consumada, vai agravar ainda mais a crise, Rodrigo Maia já começa a admitir que ela “não vai resolver nada por si só”. “Para sair da trajetória (de colapso), o governo vai ter que pensar projetos importantes na área de infraestrutura, políticas de segurança jurídica em muitas áreas, ter coragem de enfrentar desafios”, afirmou.
Maia comentou as manifestações do dia 26, em defesa de Jair Bolsonaro – impulsionadas pelo governo – e que o colocou como um dos alvos principais dos bolsonaristas. “Foi uma manifestação basicamente do governo atacando àqueles que podem ajudar a agenda do próprio governo”, observou.
O deputado também criticou o anunciado “pacto” acertado por Bolsonaro em reunião com ele, Davi Alcolumbre (DEM/AP), que preside o Senado, e Dias Tofolli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Teve aí uma informação mal colocada. O ministro (Dias) Toffoli fez uma proposta de um pacto, não me lembro dos termos exatos, mas era mais de princípios, o governo veio com uma contraproposta mais política, mais ideológica, nós vamos estudar porque eu não posso assinar algo que eu não tenha apoio majoritário”, afirmou.
Ele disse que o problema é que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM/RS), “avançou na informação sem uma construção política amarrada”. “Ele entregou um documento, ninguém leu, e ficou parecendo para a sociedade e a imprensa que a gente fechou aquele pacto em cima daquele texto. Zero de verdade nisso”, explicou Maia.
Maia aproveitou para criticar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por não se comportar como deveria: “Ele não é ator, é ministro”, disse ele. A crítica refere-se a um vídeo do Ministério da Educação em que Weintraub aparece com um guarda-chuva e uma música de fundo, atacando a UFRJ e dizendo que os cortes de verbas para a restauração do Museu Nacional eram fake-news. Ele jogou a responsabilidade dos cortes feitos pelo MEC para a bancada federal do estado.