Presidente da Comissão Especial da Previdência comentou o projeto de Bolsonaro sobre validade da carteira de motoristas
Diante da grave crise vivida pelo país, com a economia afundando e o desemprego subindo, Jair Bolsonaro foi até o Congresso Nacional na manhã desta terça-feira (4) para apresentar um projeto de Lei do governo para o legislativo.
Entregou pessoalmente ao presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia, e pediu urgência para a votação do projeto que muda de cinco para dez anos a validade das carteiras de motoristas e dobra o número de pontos necessário para o motorista perder a carteira.
Ao tomar conhecimento do ato, o presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), não perdoou. Ele “não tem noção de prioridade e do que é importante para o País”, apontou. O parlamentar do PR-AM já havia dito que o governo é “inábil” na conversa com o Congresso Nacional.
“Sabe aqueles jogos de tabuleiro? O governo joga os dados e de vez em quando ele tira 6. Mas quando ele tira 6, ele cai naquela casa: volte 7 casas. Eles sempre conseguem isso”, disse ele a jornalistas, após participar de evento na Fundação Getulio Vargas (FGV).
Vários parlamentares, como Tasso Jereissati (PSDB) e o próprio Rodrigo Maia vêm destacando que o governo não tem agenda.
“O Executivo não tem uma agenda formulada e o país está caminhando para o ‘colapso social”, disse Maia. Tasso, por sua vez, ressaltou que além disso, “é o próprio governo que cria as crises e desestabiliza o pais”.
Orlando Silva
“Pronto! Agora o PIB não vai mais ser negativo, o desemprego vai acabar, o gás de cozinha e a gasolina vão baixar, o país vai investir em educação (…) O Brasil derretendo e o sujeito faz um Carnaval para aumentar os pontos na CNH! Não tem governo, só tem jogo de cena!”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
De fato, temos hoje um governo completamente sem noção, sem rumo, sem prumo, retrógrado e desastroso, que se não for contido pelo Congresso, conduzirá o Brasil para o caos.
Leonardo José Rolim Guimarães é funcionário da Câmara dos Deputados, e atual secretário de Políticas de Previdência Social, do Ministério da Economia no governo do Bolsonaro.
SALÁRIO DELE EM ABRIL DE 2019
Remuneração básica: R$ 34.258,21; vantagens de natureza pessoal: R$ 2.742,29; contribuição previdenciária: R$ 4.322,27; imposto de renda: R$ 6.376,44; líquido: R$ 26.301,79. É defensor da Reforma da Previdência do Bolsonaro, claro, pois tem um cargo no governo.
No dia 06.12.2016 o jornal Valor Econômico publicou noticia com a seguinte manchete: TRABALHADOR DE BAIXA RENDA É QUEM MAIS PERDE NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA.
Primeiro parágrafo do texto: A proposta de elevar de 15 anos para 25 anos a contribuição mínima à Previdência como uma das condições de acesso à aposentadoria deve prejudicar principalmente os trabalhadores de baixa renda, segundo Leonardo Rolim, ex-secretário de Previdência Social e atualmente consultor da Câmara.
AGORA NO GOVERNO DO BOLSONARO E COM UM CARGO:
11.04.2019: “Para pobre, reforma não muda quase nada”, diz secretário da Previdência.
De acordo com Rolim, o empregado da iniciativa privada que recebe hoje até dois salários mínimos do INSS se aposenta em média aos 65,5 anos, no caso de homens, e aos 61,5, no caso das mulheres. Por outro lado, ressaltou, os 20% restantes dos aposentados, que ganham acima de dois mínimos, alcançam a aposentadoria aos 55 anos, em média, se for homem, e aos 52, se for mulher. “Agora eles vão se aposentar na mesma idade dos mais pobres”, comparou. “Eu ganho muito, diante da realidade da população brasileira. E vou pagar mais”, acrescentou Rolim, que é consultor de orçamento da Câmara concursado.
Acima de dois mínimos, pela fala dele, ganham “muito”, e vão se “aposentar com a mesma idade dos mais pobres” (sendo menos pobres, ou ricos?). Ele disse que vai pagar mais. Mesmo se pagar mais, vai continuar com um salário líquido altíssimo, bem mais que três (R$ 2.994,00), quatro (R$ 3.992,00), cinco (R$ 4.984,00) salários mínimos, por exemplo.
A contribuição previdenciária dele em abril de 2019: R$ 4.322,27, ou seja, 4,33 salários mínimos; o imposto de renda na fonte dele em abril de 2019: R$ 6.376,44, ou seja, 6,38 salários mínimos.
NO QUE A REFORMA DO TEMER É TÃO DIFERENTE DA DO BOLSONARO, QUE AGORA ELE DEFENDE?