
Demitido por Bolsonaro da presidência dos Correios, por defender que a empresa não deve ser privatizada, o general Juarez Aparecido de Paula Cunha, na segunda-feira (17/06), reuniu seus subordinados no auditório da sede da instituição e informou:
“Só vou sair daqui a hora que chegar oficialmente. Aí eu saio, senão, não saio, não.”
Aplaudido intensamente pelos funcionários, o general continuou: “Os Correios não vão acabar, ninguém vai acabar com a empresa e mandar todos os funcionários embora. Vamos ficar serenos, encarar com naturalidade, sem ninguém se estressar”.
“Temos que mostrar que somos uma empresa sólida, que não precisamos do orçamento do governo. Temos que trabalhar de perto e contribuir para a defesa dos nossos empregados.”
O general Juarez Cunha foi demitido na sexta-feira (14/06), durante um café da manhã de Bolsonaro com jornalistas. Bolsonaro o acusou de “agir como um sindicalista” por ter defendido os Correios em audiência no Congresso (v. Bolsonaro diz que vai demitir o presidente dos Correios porque defendeu a estatal).
Nessa audiência, o general Juarez Cunha dissera que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo “é uma empresa estratégica, autossustentável, insubstituível. Uma empresa cidadã, orgulho do Brasil”.
E continuou:
“Eu não queria falar de privatização, até porque não é problema meu, se privatizarem uma parte dos Correios, eu acredito que vai ser o lado bom, o que tirar daqui vai faltar lá. E quem vai pagar essa conta? Esse alguém será o Estado brasileiro ou o cidadão brasileiro que paga imposto. É um negócio complicado.”
Por isso, Bolsonaro disse que o presidente dos Correios “foi ao Congresso e agiu como sindicalista”,
Os Correios tiveram lucro em 2017 (R$ 667 milhões) e em 2018 (R$ 161 milhões).
O general Cunha foi homenageado pela Superintendência dos Correios do Amazonas, que lançou um selo com sua efígie. Trata-se de um exemplar para colecionadores, com uma tiragem de 12 selos.

Na noite, também, de segunda-feira, o porta-voz do Planalto, Rêgo Barros, disse que Bolsonaro não resolvera ainda quando iria oficializar a demissão do general Juarez Cunha da presidência dos Correios.
C.L.
Admiro a consistência da palavra do General Cunha bem como a
sua defesa aos Correios
Mais uma vez O Sr. Presidente Bolsonaro demonstra seu despreparo para o cargo, com a demissão de um militar que demonstrou lucidez na
Compreensão da importância dos Correios para o Brasil e para o povo Brasileiro.