O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, afirmou, no último fim de semana, à revista Veja, que o governo está estudando medidas contra a empresa chinesa Huawei.
Ele disse que “o uso de equipamentos da fabricante chinesa para 5G ainda não está definido”. A afirmação se choca com a opinião exposta pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, que esteve recentemente no país asiático e garantiu a continuidade dos contratos existentes com a empresa de comunicação.
“Queremos entender melhor quais são os eventuais problemas, diante de uma perspectiva técnica, que podem ser identificados na tecnologia da Huawei”, disse o ministro. “É um trabalho que precisa ser feito, porque nós sabemos que existem preocupações americanas“, acrescentou Araújo, destacando que “o governo já está trabalhando com a questão”.
Nas redes sociais, as falanges bolsonaristas não se conformavam pelo fato do governo não ter ainda anunciado que seguiria Donald Trump no boicote à Huawei. A ‘campanha’ é liderada por Olavo de Carvalho diretamente da Virgínia.
Eles querem colocar o Brasil a reboque dos EUA na guerra tecnológica travada pelos americanos contra os chineses. O Brasil, assim como a maioria dos países do mundo, não têm nada a ganhar com essa guerra e já vêm usando a tecnologia da empresa chinesa no setor de telefonia.
A Huawei está efetuando testes de sua tecnologia em Florianópolis e, segundo dados da Anatel, cerca de 70 mil das 86 mil antenas de rádio em operação no Brasil são da fabricante chinesa. Estes equipamentos são responsáveis por transmitir sinais 3G, 4G e LTE a smartphones, modens, máquinas de cartão, entre outros tipos de aparelhos que utilizam a rede móvel.
A gigante chinesa suplantou tecnologicamente as empresas americanas, principalmente na tecnologia 5G e, por isso, está sendo molestada por ordem de Donald Trump.
O pretexto da Casa Branca para o boicote é que a Huawei estaria usando sua tecnologia e seus equipamentos para fazer espionagem para o governo chinês. A acusação é considerada estapafúrdia tanto por chineses quanto por diversos outros países que usam a tecnologia do país asiático.
A fúria de Trump, e sua tentativa de impor o boicote a outros países, está ligada ao fato de que a empresa chinesa chegou primeiro no controle da tecnologia 5G e está deixando em dificuldades os conglomerados norte-americanos do setor.
A intenção de aderir ao boicote americano, pretendida por Ernesto Araújo, além de pegar todos de surpresa, é também considerada uma proposta típica dele. Ou seja, pouco inteligente. Se fosse colocada em prática, ela só traria prejuízos ao Brasil.