A vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, afirmou que “o governo Bolsonaro é o governo mais vassalo e entreguista de nossa história. Nunca se viu um governo tão subserviente”.
“Nós vivemos tempos tenebrosos. Estamos diante de um governo que é ultraliberal na economia, retrógrado nos costumes e autoritário na política”, considerou Luciana durante o debate “O Brasil a preço de banana: entreguismo e destruição da soberania nacional”, que faz parte da programação do 57º Congresso da UNE, que está acontecendo na Universidade de Brasília (UnB) até o domingo (14).
Também participaram do debate o deputado federal João Campos (PSB-PE), o líder do Movimento dos Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) e o vereador de Porto Alegre, Roberto Robaína (PSOL).
Para ela, o bolsonarismo se distancia inclusive da direita mais tradicional, que “ainda defende algum tipo de bem-estar social”. Isso porque o bolsonarismo “tem, cada vez mais, tentado destruir preceitos fundamentais civilizacionais e conquistas históricas do povo brasileiro”.
“Nunca se viu um governo tão subserviente, um governo em que o presidente faz continência à bandeira americana, que passou o ridículo de ir pros Estados Unidos procurar quem o homenageasse”, destacou.
A vice-governadora pernambucana condenou a tentativa de dilapidação do patrimônio brasileiro. “Esse é o presidente que quer cada vez mais entregar nossas riquezas e destruir nossa soberania nacional, que quer acabar com o controle do nosso povo sobre a coisa que tem de mais preciosa, que é a Petrobras”, disse. “Quer acabar com o financiamento público sobre nossa produção, quer acabar com o BNDES, que é o segundo maior banco de fomento do mundo”.
“Esse é um assunto que nós temos que popularizar, conversar com cada brasileiro. E falar em alto e bom tom que brasileiros de verdade, os brasileiros verde e amarelo somos nós, que não vendemos nossa pátria”, concluiu a vice-governadora.
“Este governo é contra o povo brasileiro”, disse João Campos
O deputado federal João Campos (PSB-PE), que também compôs a mesa do debate, afirmou que “nossa luta é para unir o povo e mostrar que o governo que aí está não é contra só oposição, é contra o povo brasileiro”.
Segundo Campos, a juventude esteve presente em todas as lutas do povo brasileiro “e agora não pode ser diferente. Que esse Congresso [da UNE] sirva para reenergizar nossas forças, para que a gente possa sair daqui com disposição de lutar ainda mais, para fazer a conversa para além dos que pensam igual a gente e ir atrás, buscar aqueles que estão pensando diferente e mostrar que o lado certo da história está aqui”.
O vereador Roberto Robaina, disse que esse Congresso da UNE pode ser um dos mais importantes da história da entidade. Ele lembrou que houve o Congresso de 1968, de grande importância por ter ocorrido em plena ditadura militar, e o de 1979, também significativo por ter sido o da reconstrução da UNE, mas esse talvez seja superior em relevância por conta da situação vivida pelo país.
Segundo Robaina, a responsabilidade da UNE é imensa porque uma das marcas do governo Bolsonaro é o autoritarismo, combinado com o neoliberalismo, que tem como eixo na sua atuação política o ataque à educação, à cultura, à tecnologia. Ele enfatizou que o obscurantismo não pode conviver com uma educação democrática, não pode conviver com a ciência, com a cultura.
João Pedro Stédile afirmou que o tema da soberania nacional é muito importante para o futuro do povo brasileiro. Ele também lembrou que a UNE, ao longo da sua história, sempre participou de todas as lutas do povo brasileiro.
Guilherme Boulos encerrou as intervenções destacando o significado da proposta de “reforma” da Previdência, enfatizando que não se trata de um fato isolado. Ela faz parte de um projeto destruição nacional, representado pelo governo Bolsonaro. Boulos citou a vassalagem do presidente, demonstrada pelo fato grotesco da sua viagem aos Estados Unidos para lamber as botas de Trump de maneira vergonhosa, além de bater continência para a bandeira norte-americana.