O PDT decidiu, na quarta-feira (17), suspender as atividades partidárias dos deputados que desrespeitaram a posição oficial do partido e votaram a favor da proposta do governo Bolsonaro de desmonte da Previdência Social.
O PDT decidiu também abrir processo para decidir qual será a punição mais definitiva aos oito deputados adesistas. O processo para apurar a conduta dos parlamentares deve durar de 45 a 60 dias.
De acordo com o presidente do PDT, Carlos Lupi, a suspensão significa que os deputados não poderão representar o partido nas direções estaduais e nacional, no Congresso, e também não poderão usar a legenda do PDT. O partido ainda vai decidir se eles poderão ocupar vagas em comissões na Câmara. Umas das punições possíveis é a expulsão do partido.
Carlos Lupi disse ainda que, caso os deputados “evoluam” e voltem atrás na votação do segundo turno da reforma, prevista para agosto, o partido poderá levar em consideração a mudança de postura.
“Como o processo não está esgotado, tem o segundo turno, e nós acreditamos que o ser humano é o único ser vivo capaz de evoluir, quem sabe alguns evoluem, ouçam o que está se fazendo de maldade com a base da sociedade que ganha até R$ 3 mil, R$ 2,5 mil, voltem atrás e voltem para o partido”, disse ele.
“É claro que a situação de qualquer um dos oito que voltar atrás nessa posição equivocada inicialmente será considerada como uma forte opção pelo partido”, acrescentou o presidente do PDT. O partido decidiu também que não vai aceitar mais nas próximas eleições candidaturas que tenham como patrocínio grupos particulares, como o Renova BR, do qual faz parte a deputada Tabata Amaral.
O ex-governador Ciro Gomes já havia dito disse que “ninguém pode servir a dois senhores”. Sobre a deputada Tábata do Amaral, ele disse que ela deveria “fazer o que eu fiz. Fui filiado e ajudei a fundar o PSDB, que tinha um programa lindo, que tinha uma série de propostas muito sérias, foi para o governo e fez o oposto. Chafurdou na corrupção, nas privatizações, na roubalheira. O que fiz? Saí”.
“Não quero aqui retaliar a Tabata. Mas, daqui a pouco, essa gente vai propor, por exemplo, a entrega da Petrobrás. Qual é a posição dela? Daqui a pouco, essa gente vai propor a autonomia do Banco Central, para entregar de vez a economia brasileira aos quatro bancos privados que monopolizam 85% das transações financeiras. Como ela vai votar? Pela linha do partido ou pela dupla militância que ela está demonstrando?”, disse Ciro.
Os deputados do PDT que foram temporariamente suspensos são:
Alex Santana (BA)
Flávio Nogueira (PI)
Gil Cutrim (MA)
Jesus Sérgio (AC)
Marlon Santos (RS)
Silvia Cristina (RO)
Subtenente Gonzaga (MG)
Tabata Amaral (SP).