Em uma solenidade muito concorrida, o engenheiro Alberto Balassiano tomou posse na noite de quinta-feira (18) na presidência da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ).
Balassiano afirmou, em sue discurso que a Saerj continuará defendendo a valorização dos engenheiros e arquitetos que atuam na área pública, mas, que “não vai se omitir neste momento em que todo o povo brasileiro está sendo atacado em seus direitos e o país desmontado”.
Em entrevista, após o evento, Balassiano afirmou ao HP que a entidade dos engenheiros e arquitetos do Rio de Janeiro “estará junto com as forças democráticas deste país para impedir que o governo Bolsonaro siga desrespeitando os direitos do povo, as liberdades públicas e a Constituição para satisfazer interesses de bancos, rentistas e potências estrangeiras”.
Ele homenageou os engenheiros e arquitetos “que nos precederam e que fizeram as grandes obras na cidade do Rio de Janeiro e em nosso estado”. “Esta casa sempre foi o lugar de encontro daqueles que tinham no engrandecimento do serviço público a sua grande missão”, disse o novo presidente da Seaerj. Ele insistiu na necessidade de valorização dos profissionais da área.
“Dizem que somos corporativistas por defender melhores salários e mais respeito aos engenheiros e arquitetos. Mas isso é uma questão de justiça e de reconhecimento. Não só isso, mas uma questão de lógica e, disso nós entendemos. Lógica, os engenheiros e arquitetos entendem bem”.
“Se existem bons salários, isso cria um consumo de bens e serviços, que, por sua vez, cria a necessidade de produção e, para que isso seja possível, os empregos são criados e realimentados, fazendo girar a roda da economia”, argumentou.
Ele defendeu com ênfase os direitos sociais. “A Constituição de 1988 criou o conceito de Seguridade Social, que seria uma forma de estabelecer uma rede de proteção social para todos. Na Previdência, criou-se o conceito da solidariedade, que seria um sistema onde todos contribuem para que todos sejam cobertos em suas necessidades básicas”, disse.
“Podemos medir o grau de civilidade e desenvolvimento de um país pela atenção que recebe por parte do Estado a sua população, principalmente as crianças e os idosos. Talvez as camadas mais vulneráveis de uma sociedade”, acrescentou Alberto Balassiano.
“Nós rejeitamos categoricamente o ‘cada um por si’ e a ‘lei da selva’ e entendemos que nenhum agrupamento humano pode se desenvolver, se organizando deste modo. Estamos vivendo dias bastante preocupantes para o serviço público de uma maneira geral pois a sua disponibilidades está ficando cada vez mais difícil”, completou.
O presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, saudou a nova direção do Seaerj, lembrou que Alberto Balassiano também é conselheiro do Clube de Engenharia, e ressaltou que sua entidade também se somará à luta pela valorização do setor público que, segundo ele, vem sofrendo um processo de degradação. “Sem engenharia e arquitetura pública, nós não termos cidades bem planejadas e obras bem feitas”, assinalou. Contem com o Clube de Engenharia na sua luta em defesa da engenharia e da arquitetura públicas”, concluiu.
Estiveram presentes na mesa da solenidade o representante do governo do Estado, o Secretário de Obras, Horácio Guimarães, o chefe de gabinete da vice-governança, Vinícius Sacha Rocha, o deputado estadual Luiz Paulo Correa, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Luiz Antônio Cosenza, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, Jeferson Salazar e a arquiteta Marguerita Abdala, vice-presidente da entidade.