O líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), usou as redes sociais para criticar Jair Bolsonaro, que desta vez atacou gravemente o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz. Para o parlamentar, Bolsoanro “segue sendo irresponsável e imprudente com os absurdos que fala”.
Na segunda-feira (29), ao comentar o desfecho do processo que declarou inimputável Adélio Bispo, autor da facada que sofreu na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro aproveitou para atacar e desacreditar a atuação institucional da OAB e provocou Felipe Santa Cruz, afirmando que ele não ia “querer saber a verdade” sobre o desaparecimento do seu pai, Fernando Santa Cruz, durante a ditadura.
“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele”, disse.
As críticas às declarações repugnantes de Bolsonaro foram contundentes e amplas.
Daniel Almeida condenou o insulto de Bolsonaro à OAB e prestou solidariedade ao presidente da entidade e a todos os parentes e familiares de desaparecidos na ditadura. “A OAB tem papel importantíssimo na Justiça brasileira, promovendo a dignidade e a independência, observando a ética e as prerrogativas profissionais”, afirmou.
“Fala cruel, nojenta, asquerosa. Jair Bolsonaro tem demonstrações de agressividade psicopata”, observou Márcio Jerry (MA), vice-líder do partido na Casa.
O deputado Orlando Silva (PCdoB) também usou suas redes sociais para condenar a fala bolsonarista e defender o dirigente de classe dos advogados brasileiros.
“É inaceitável que Bolsonaro faça uma declaração asquerosa como essa sobre o pai de Felipe Santa Cruz, desaparecido político na ditadura. O Brasil vive tempos sombrios. Vozes das trevas contaminam o ambiente e alimentam o clima de ódio. A democracia corre risco”, advertiu.
A OAB divulgou nota oficial na tarde de 2ª feira respondendo ao comentário de Bolsonaro. Em crítica, destaca que a Constituição Federal “tem entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos”.
W. F.
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