“Temos vida própria e uma história anterior de construção de esquerda no país”, diz o presidente, destacando que o “PSB rejeita orbitar em torno do PT”
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, criticou na segunda-feira (25), em entrevista ao portal Congresso em Foco, a posição exclusivista que o PT pretende ocupar no campo da oposição e a atual polarização política que está ocorrendo no Brasil.
“Ambos os extremos estão perdendo a racionalidade. Pior coisa que pode acontecer para a democracia é essa guerra que aparenta ser entre o bem e o mal. A polarização não é inteligente, está faltando bom senso”, afirmou Carlos Siqueira.
Siqueira falou também sobre a Conferência Nacional de Autorreforma que o partido realizará esta semana, “para construir um discurso fora da polarização”. Ele diz que o partido quer “algo forte que encontre ressonância no eleitorado”. O PSB, como outros partidos que fazem oposição a Bolsonaro, não quer orbitar ao redor do PT. “Temos vida própria e uma história anterior de construção de esquerda no país”, diz o presidente.
Para as próximas eleições municipais, o PSB pretende estar mais próximo do PDT, e conversa com PV e Rede. Siqueira critica a estratégia petista de candidaturas próprias para as eleições municipais do ano que vem, anunciada no Congresso do PT. “Entendo que é direito deles, mas essa via exclusivista não contribui para o momento de anormalidade democrática, que pede ampliação de forças, unidade para evitar retrocessos”, destacou.
A Conferência ocorre entre 28 e 30 de novembro, no Rio de Janeiro. Vai reunir cerca de 300 dirigentes do partido, parlamentares, gestores, representantes de movimentos temáticos, entre outros. No centro do debate do PSB está a crise do sistema partidário. A perda de força de legendas tradicionais para partidos esvaziados de quadros é o que leva o PSB a uma autoanálise.
Durante o encontro, os participantes debaterão sobre o documento “Autorreforma do PSB – Subsídios para Elaboração do Programa Partidário (Provocação ao Debate)”. O texto foi elaborado com a contribuição de mais de 30 especialistas em suas áreas e aborda cinco eixos temáticos: reforma política; desenvolvimento, cultura e meio ambiente; políticas sociais; economia: prosperidade, igualdade e sustentabilidade; e socialismo e democracia.