O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), criticou a ameaça do ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes, de decretar um novo AI-5 no país.
“Alguém me avise se pedirem o AI-5 de novo para eu sair do hospital e ir pra rua protestar contra”, escreveu Covas, em uma rede social. O prefeito está internado para realizar mais uma sessão de quimioterapia.
Paulo Guedes ameaçou o país com a volta da ditadura, afirmando que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil. “Não se assustem se alguém pedir o AI-5”, disse Guedes, em entrevista coletiva em Washington.
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O Ato Institucional número 5 foi editado em 1968, época mais dura da ditadura militar (1964-1985), e resultou no fechamento do Congresso Nacional, renovação de poderes conferidos ao presidente para cassar mandatos e suspensão de direitos políticos.
Covas ainda rebateu as pessoas que o questionaram a sua declaração. “Prefeito fingindo que não entendeu a fala do ministro”, disse uma mulher. “Entendi bem. E você!? Entendeu minhas palavras!? AI-5 não”, escreveu o prefeito.
Outra seguidora afirmou questionou se “a cambada do PT” pode ir para a rua “destruir tudo” contra um presidente eleito. Covas respondeu, então, que não: “Defendo a democracia de qualquer ataque dos extremos”.
O prefeito rebateu outra pessoa que afirmou que ele estaria com “saudade da esquerda”. “Defender a democracia é ser de esquerda!? Onde você leu isso!?”, indagou Covas.
O prefeito da capital paulista se internou no início da noite da segunda-feira (25) para a terceira sessão de quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês. Ele se trata um câncer na região do estômago, com metástase no fígado.
Ainda não há previsão de alta, que depende da avaliação da equipe médica, coordenada pelo infectologista David Uip. O resultado desta etapa é crucial para o tratamento do prefeito, que ficou 23 dias internado e recebeu alta no último dia 14. Só após esse ciclo, em dezembro, serão feitos novos exames para averiguar como os tumores responderam à quimioterapia.
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