A Espanha, com uma população 30 vezes menor que a China, na terça-feira, 24, acaba de superar o país asiático no número de vítimas mortais pela pandemia do Covid-19, 3.490, das quais 738 faleceram nas últimas 24 horas. Desta maneira, a Espanha, com 47 mil contagiados, é agora o segundo país do mundo com maior quantidade de falecimentos pelo novo vírus, atrás da Itália, que registra cerca de 6.800. Na China o total de mortes é de 3.281.
O coronavírus se propagou em poucos dias em todo o país, através de quatro focos de contágio principais que se encontravam em Madri, Catalunha, o País Basco e La Rioja. Desde esses pontos, principalmente desde as grandes cidades, o vírus se estendeu a todo o território, segundo o Ministério de Saúde espanhol.
A situação é tão crítica nestes momentos, que o governo de Pedro Sánchez, solicitou ajuda a diversos organismos internacionais e europeus.
Uma das questões que se destaca é o alto nível de mortalidade que lá está acontecendo, só comparável ao que está havendo na Itália, o país com mais falecidos e com 69 mil infectados. Um dos problemas no combate ao vírus, na Espanha, por parte das autoridades, é o altíssimo percentual de infectados entre os funcionários do sistema sanitário que atende os doentes, que chega a mais de 12%, superando as cinco mil pessoas. O motivo apontado é que muitos deles tiveram que enfrentar os dias mais críticos da pandemia sem material de proteção básica para que evitassem contrair o vírus. As associações de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e auxiliares responsáveis pela atenção sanitária assinaram um documento conjunto em que denunciam essa situação e criticam a lentidão do governo em atender seus requerimentos.
Frente a esse cenário de avanço da doença, o Congresso dos Deputados espanhol votou, na terça-feira, 24, a ampliação do estado de emergência que obriga a população a manter seu confinamento que se estenderá até o dia 11 de abril.